Crianças podem ter mais riscos com terceira onda da Covid-19 em SC?

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Santa Catarina atravessa uma terceira onda da Covid-19. A situação foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, que alertou sobre o início dos impactos com o aumento dos casos ativos da doença.

Conforme o boletim epidemiológico da Covid-19 desta terça-feira (25), Santa Catarina registra 21.519 casos ativos, ou seja, de pessoas que ainda não se recuperaram e podem transmitir a doença. Deste total, houve um acréscimo de 970 somente nas últimas 24 horas.

O crescimento do número de casos ativos com a volta às aulas acende o alerta para a infecção de crianças. Será que elas poderão ser mais afetadas com a terceira onda da Covid-19 em Santa Catarina?

O infectologista pediátrico Aroldo Prohmann de Carvalho, da SCP (Sociedade Catarinense de Pediatria) diz que não há qualquer evidência até o momento de que uma terceira onda poderia ser mais grave para os pequenos.

“Não existe uma previsão de que as crianças poderão ser mais afetadas ou não. As crianças terão o mesmo risco que as demais faixas etárias e o mesmo risco que tiveram nas ondas anteriores”, afirma.

 

Variante indiana

O mesmo ponto de vista é adotado pelo pediatra quando se trata da variante indiana, que teve casos confirmados no Brasil nesta semana. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou a linhagem denominada B.1.617 como “preocupante”.

Embora ainda não esteja totalmente comprovado que ela seja mais transmissível ou mortal, há indícios de que a variante seja um dos motivos por trás da explosão de casos e mortes na Índia, país que ultrapassou quatro mil mortes diárias causadas pela Covid-19.

Um comunicado divulgado pela Academia de Pediatria da Índia no último sábado (23) afirma ser “altamente improvável” que as crianças sejam mais afetadas no caso de uma terceira onda de infecções pela Covid-19 acometer o país.

Segundo o documento indiano, as crianças são tão suscetíveis quanto os adultos a serem infectadas pelo vírus, porém geralmente não desenvolvem sua forma grave.

Aroldo Prohmann também diz que não há nenhuma definição ou estudo que aponte que a variante indiana possa ser mais perigosa às crianças. “Até mesmo porque no Brasil não tivemos casos confirmados dessa variante em crianças. Não existem estudos específicos”, diz.

Ainda assim, os cuidados básicos de prevenção da Covid-19 devem ser mantidos entre os pequenos. “Não é pelo fato das crianças serem menos sintomáticas e, por isso, terem um risco menor de transmissão que elas não são de risco. Elas podem ser sintomáticas, sim, e podem transmitir”, alerta.

Conforme o especialista, os cuidados devem ser os mesmos adotados pelas outras faixas etárias. Entre eles, evitar aglomerações, manter a higienização das mãos e usar máscara, quando recomendado.

Por ND+