Dólar inicia semana em alta com tensão geopolítica e Covid-19 nos EUA

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O dólar sobe contra moedas emergentes, nesta segunda-feira, 13, refletindo a cautela dos investidores com o constante aumento do número de casos de coronavírus nos Estados Unidos, que coloca em xeque uma recuperação econômica vigorosa neste segundo semestre. Na véspera, o estado da Flórida registrou mais de 15.000 novos casos, voltando a bater recorde de infecções diárias.

Às 9h40, o dólar comercial subia 0,7% e era vendido por 5,359 reais. Com variação semelhante, o dólar turismo era cotado a 6,33 reais.

A tensão sino-americana entorno de violações aos direitos humanos na China também causa certa aflição entre os investidores, que temem que o embate entre as duas maiores potencias econômicas evolua para o campo econômico. No fim da semana passada, o presidente Donald Trump já afirmou que é improvável que a segunda fase do acordo comercial avance.

A desvalorização do barril de petróleo, em meio à possibilidade de a OPEP+ aumentar a produção, também ajuda a pressionar divisas ligadas a commodities, como o real e o rublo russo, que se depreciam.

“O petróleo segue em queda com o mercado procurando compreender como a OPEP+ realizará a normalização da oferta sem afetar os preços dado que ainda existem alguns receios em relação à retomada da demanda”, informa o relatório matinal da Exame Research.

Mas se por um lado a pandemia e questões geopolíticas pressionam negativamente os negócios, por outro, há certo otimismo quanto à temporada de balanços do segundo semestre que teve início nesta semana nos Estados Unidos.

A primeira gigante americana a divulgar resultados, a Pepsi, surpreendeu as estimativas de analistas ao apresentar receita de quase 16 bilhões de dólares. O resultado ajuda os índices futuros de ações dos EUA a operarem em alta nesta manhã, enquanto o dólar se desvaloriza em relação a divisas desenvolvidas, como o euro.

No cenário interno, o boletim Focus revelou menor pessimismo sobre a economia brasileira, com a projeção mediana dos economistas sendo elevada de contração de 6,5% do PIB neste ano para 6,1% de queda. Embora positivo, a melhora da estimativa não deve fazer preço nos ativos locais, segundo Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research. “O que está fazendo preço é mercado global”, disse.

Por Exame.