A mãe da estudante de Direito Andriele Gonçalves da Silva, de 22 anos, mantém a esperança de que a filha esteja viva. Em entrevista à Banda B, na manhã desta quinta-feira (17), Cleuza Tavares disse que reza todo dia para que o ex-marido, um soldado da Polícia Militar, conte o que aconteceu com a jovem, desaparecida desde a noite da última quarta-feira (9).
Câmeras de segurança registraram o momento em que o soldado, lotado no 22º BPM, chega ao apartamento e sai junto com Andriele. Sangue foi encontrado dentro do carro dele, no banco traseiro. Desde então, a universitária não foi mais vista, embora tenha recebido e respondido mensagens pelo celular, o que provavelmente foi feito por outra pessoa.
“O apelo que eu faço é para que Deus fale com o ex-marido dela para que ele conte onde está minha filha, porque é tudo o que eu quero saber. Peço pelo amor de Deus para ele me falar onde ela está e acabar este desespero”, disse Cleuza, sem controlar as lágrimas.
A mãe garantiu que mantém a esperança da filha estar viva. “Na minha cabeça não passa que ele fez alguma coisa de ruim, porque ele não é covarde a este ponto. Eu acho que ele deve estar mantendo ela presa em algum lugar”, afirmou.
Informações apuradas pela Banda B indicam que o ex-marido pode ter envolvimento direto no desaparecimento da jovem. Para a polícia e a família, o policial negou ter visto Andriele no dia do desaparecimento, mas imagens de câmeras de segurança de vizinhos mostram o exato momento em que os dois deixam o apartamento, que ela passou a morar sozinha após a separação.
As investigações apontam que há marcas de sangue no banco traseiro do carro do policial, um Fiat Marea, apreendido pela polícia. O uso do produto químico chamado luminol é capaz de fazer aparecer traços de sangue até então invisíveis a olho nu. Outro ponto destacado na investigação é o corte de parte do estofado do banco de trás do carro – um quadrado do tecido foi cortado e retirado do banco. A perícia criminal vai apontar se o sangue encontrado dentro do carro é da jovem desaparecida.
Separação
A jovem é casada oficialmente com um soldado da Polícia Militar, mas está em processo de separação há meses. No divórcio, ficou acordado que ele sairia do apartamento onde os dois moravam. No entanto, segundo a família, o ex-marido não aceitava o fim do casamento e passou a ameaçar a jovem. A estudante, moradora de Colombo, trabalha em uma loja de roupas durante o dia e faz faculdade em Curitiba à noite.
Marido
Para a sogra, o marido de Andriele disse que não sabia sobre o paradeiro da jovem. Segundo a mãe dela, o celular da filha estava ‘online’ por meio do aplicativo WhatsApp mesmo depois do desaparecimento dela. O Boletim de Ocorrência (B.O.) obtido pela reportagem dá conta de que ele teria passado mal após saber do desaparecimento da esposa e se internou em um hospital para avaliação psiquiátrica.
Amigo
Um amigo de Andriele, apontado como motivo de ciúmes do soldado, negou, em entrevista à Banda B, que tenha mantido um relacionamento com a universitária. “Estão distorcendo. Eu me aproximei dela depois da separação, mas nunca sequer ficamos. No futuro poderia acontecer, mas até pelo momento que ela passava, isso não tinha rolado nada”, afirmou o rapaz, que foi quem fez a vídeo chamada antes do desaparecimento dela.
Polícia
A Polícia Militar se manifestou por meio de nota e afirmou que o internamento do soldado aconteceu antes das suspeitas dele na participação do sumiço da esposa. “O militar estadual foi internado na quinta-feira (10) para tratamento de saúde. A partir de então ficou sob cuidados médicos no hospital Bom Retiro e está afastado das funções como policial militar.
A comunicação do fato de afastamento médico do policial foi feita pela equipe de serviço no dia e publicado internamente no batalhão. Em relação às imagens, o Batalhão esclarece que vai apurar os fatos e circunstâncias”, diz a nota à imprensa.
Com informações Banda B