Fenômeno El Niño vai garantir verão excepcional para Santa Catarina

O verão em Santa Catarina vai ser marcado pela influência do El Niño, com chuvas e calor acima da média, afirmou a meteorologista Camila Cardoso. O fenômeno, que atinge o seu pico em dezembro, influencia o clima no Hemisfério Sul desde junho deste ano.

Segundo dados parciais da meteorologista, para o verão são esperados dias mais abafados e com maior possibilidade de temporais, devido ao maior conteúdo de umidade combinado com o calor.

Com temperaturas acima da média durante os primeiros horários do dia, a estação mais quente do ano deve ser marcada por ondas de calor extremo em algumas regiões do Brasil até abril do ano que vem, preveem especialistas.

A previsão da Epagri/Ciram é que, em dezembro, a Grande Florianópolis receba de 150 a 190 mm de chuva. No Extremo Oeste ao Litoral Norte, e nas demais regiões os volumes variam entre 130 a 150 mm.

Chuva castiga Santa Catarina desde outubro

O Estado catarinense está sendo marcado por períodos de chuvas intensas desde o início de outubro. Na última semana, conforme o balanço estadual, 71 cidades decretaram situação de emergência, sendo 11 em estado de calamidade pública. As regiões do Vale do Itajaí, Oeste e Serra foram as mais atingidas.

Ao menos 5,7 mil pessoas ficaram desabrigadas com a nova onda de chuva em novembro. Um programa batizado de SOS Santa Catarina, votado nesta terça-feira (21) na Assembleia Legislativa (Alesc), vai oferecer socorro financeiro a cidades atingidas por eventos extremos, com repasses em até 72 horas.

O que é o El ninõ?

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño causa um aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido.

Ou seja, o ar quente sobe para a atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.

Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, porque a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país. Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.