Itapema adotará sistema para evitar intubação precoce para tratamento da Covid-19

cápsula Vanessa

Itapema passará a contar com um sistema de intubação precoce para pacientes com Covid-19. A prefeita de Itapema e gestores do Hospital Santo Antônio estiveram em Manaus no final de semana para conhecer a tecnologia batizada como cápsula Vanessa, em homenagem a uma paciente que utilizou o equipamento durante o tratamento.

Segundo a prefeita, serão trazidas 50 cápsulas para Itapema, que também receberá o apoio de quatro fisioterapeutas. “Que dia gratificante! Estou levando 50 cápsulas Vanessa que ajudarão aos nossos pacientes que precisam de oxigênio e mais quatro fisioterapeutas que vão ajudar nas nossas demandas! Obrigada a Samel e a todos que acreditam que dividir experiência é somar resultados! Muito grata! Por mais dias de esperança!”, escreveu em uma rede social. Os representantes do hospital também participaram de um curso de montagem e desmontagemdo equipamento.

O sistema foi desenvolvido pelo Instituto Transire, de Manaus, sob orientação da rede Samel de Hospitais.  A cápsula funciona como um envoltório para ventilação não invasiva e é produzida em uma armação leve e resistente formada por canos de PVC, podendo ser manuseada e higienizada facilmente. Ela é revestida por uma película de vinil transparente para uma melhor visualização do paciente e para auxiliar na contenção do contágio.

O acesso ao paciente é feito através de janelas com aberturas de zíper, permitindo monitorar, alimentar e medicar sem a necessidade do contato direto do paciente com os profissionais de saúde. A cápsula é equipada com um exaustor e um compressor de ar tipo BiPAP, que tem custo de cerca de um sexto dos respiradores, e com um filtro tipo HMED para controle da temperatura e umidade do oxigênio e ação antibacteriana e antiviral. O filtro produz uma pressão negativa no interior da cápsula impedindo a liberação de aerossóis e a contaminação do ar.

A tecnologia foi concebida por médicos fisioterapeutas da rede Samel para, além de dar maior conforto aos pacientes com um tratamento não invasivo, diminuir os riscos de contaminação dos profissionais de saúde. “Se utilizada logo no momento da internação, a cápsula pode evitar a evolução do quadro para intubação endotraqueal e reduzir o tempo de internação, em média, de 21 para 4,9 dias”, explica Luis Alberto Nicolau, diretor da rede Samel. Somados os números de altas aos do hospital de campanha de Manaus, que utilizou o equipamento, já são mais de 1500 altas médicas.

“A cápsula produzida no Instituto Transire em parceria com a rede Samel se revelou uma solução simples que poderá ser utilizada por diversos outros hospitais públicos e privados em todo Brasil. O projeto está aberto para instituições de saúde que quiserem produzir e estamos prontos para ajudar outros interessados em fabricar novas cápsulas para outras regiões. Fizemos a doação do primeiro lote para o hospital de campanha da Prefeitura de Manaus, para outras instituições de municípios do Amazonas e para Boa Vista, em Roraima”, celebra Gilberto Novaes, presidente da Transire.

Com a divulgação da Cápsula Vanessa na imprensa, o método ganhou reconhecimento no Brasil e em outras partes do mundo. Estados como Bahia, Maranhão e São Paulo já fazem uso da cápsula. Recentemente, os governos da Bolívia, Chile e de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, se interessaram pela implementação do equipamento. O próprio diretor presidente da Samel, Luis Alberto Nicolau, se dispôs a treinar profissionais de saúde para a montagem e manuseio da cápsula gratuitamente. No Amazonas, o dispositivo está sendo usado em mais de 40 municípios.

Com informações dos sites Saúde Business e Samel