Justiça decreta prisão preventiva de suspeito de matar diretora em Florianópolis

A Vara do Tribunal do Júri da Capital confirmou a prisão preventiva do homem detido sob suspeita de matar a ex-companheira Elenir de Siqueira Fontão, 49 anos, a facadas dentro da escola onde ela trabalhava como diretora, no bairro Campeche, em Florianópolis. O processo corre em segredo de justiça.

Na decisão, a magistrada destaca os relatos dos policiais militares envolvidos na ocorrência. De acordo com os agentes, pessoas que estavam presentes na cena do crime afirmaram que o conduzido chegou a manter a vítima trancada no banheiro por aproximadamente 30 minutos.

Nesse momento, um homem que tentou ajudá-la acabou sendo esfaqueado no braço, o que justificou também o enquadramento do suspeito por tentativa de homicídio. Os policiais ainda destacaram a necessidade de fazer uso progressivo da força para rendê-lo, uma vez que ele resistiu à prisão e tentou instigá-los para que atirassem em sua direção.

A juíza também considerou os relatos de familiares da vítima, no sentido de que o ex-companheiro constantemente ameaçava aos filhos dela, pois eles não aceitavam o relacionamento amoroso por entenderem como um caso abusivo.

“As ações em tese perpetradas pelo conduzido causam perplexidade, não apenas pelo trágico resultado e sua repercussão desde o ocorrido em toda a comunidade, mas também pelo seu elevado grau de periculosidade, já que não hesitou invadir uma escola, local de trabalho da ofendida, para subjugá-la e depois tirar sua vida, mesmo com diversas pessoas tentando impedir o infeliz resultado, o que deixa a evidenciar seu comportamento delinquente fora da normalidade, merecendo providência enérgica para que se mantenha incólume a ordem pública”, escreveu a magistrada.

Decisão preserva integridade da família

A decisão destaca a prisão preventiva como necessária a resguardar a integridade física e psicológica dos familiares da vítima, que já se sentiam ameaçados pelas atitudes do conduzido, agravadas pela brutal conduta praticada.

Conforme a juíza, há real possibilidade de que o custodiado influencie na prova judicial investindo contra tais pessoas. O propósito da audiência de custódia desta quinta-feira foi de exclusivamente decidir pela manutenção ou não da prisão e verificar se houve eventual abuso na ação policial, o que foi negado pelo suspeito. Ele não teve de se manifestar sobre a autoria dos fatos. Também participaram representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado.