A Justiça Federal em Juiz de Fora (MG) autorizou a prorrogação, por 90 dias, do segundo inquérito que investiga ataque à faca sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro ainda durante a campanha à Presidência da República, em setembro do ano passado.
A investigação prorrogada a pedido da Polícia Federal (PF), com o aval do Ministério Público Federal, apura quem financiou a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, agressor confesso de Bolsonaro. A decisão foi do juiz da 3ª Vara Federal, Bruno Savino. Segundo investigadores, a Justiça pediu diligências para elucidar o caso.
Adélio Bispo de Oliveira foi preso em flagrante logo após o atentando e confessou a autoria do crime. Ele está detido no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS).
No dia 2 de outubro, o agressor foi denúnciado pelo MPF por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. Dias após o indiciamento, ele se tornou réu no processo.
A prorrogação autorizada pela Justiça vale para a segunda investigação do caso, ainda em fase de inquérito. No primeiro inquérito, a PF concluiu que o agressor agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”.
Bolsonaro foi ferido no abdomên no dia 6 de setembro, durante ato de campanha, em Juiz de Fora. Ele passou por duas cirurgias e ficou 23 dias internado no hospital Albert Einstein em São Paulo. Em alguns dias, ele deve passar por nova cirurgia para religar o intestino e retirar a bolsa de colostomia.
Segundo inquérito
O inquérito prorrogado foi aberto pela PF no dia 25 de setembro do ano passado. De acordo com o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, o objetivo é investigar a participação de terceiros no atentado.
Em 23 de outubro, o prazo pra conclusão do inquérito foi prorrogado pela primeira vez. O juiz Bruno Savino atendeu a um pedido da Polícia Federal, com a concordância do MPF.
No dia 21 de dezembro do ano passado, a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pela defesa de Adélio Bispo. O objetivo da operação foi tentar identificar quem estaria financiando a defesa do autor do atentado.
Na época da operação, o advogado Zanone afirmou que acompanhou toda a ação dos policiais federais e voltou a dizer que o nome de quem o contratou para defender Adélio é sigiloso.
O ex-diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, disse que o objetivo da operação é não deixar nenhuma dúvida. Ele disse também que a investigação está próxima de ser encerrada.