MP denuncia 18 membros de organização criminosa envolvidos em ataques em Florianópolis

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou 18 integrantes de uma organização criminosa apontados como responsáveis pela onda de ataques criminosos na Grande Florianópolis entre os dias 18 e 19 de outubro deste ano. Além da prisão, o MPSC requer que os acusados sejam condenados ao pagamento de indenização à sociedade no valor de R$ 1 milhão.

Todos os denunciados pelo órgão estão presos preventivamente. Eles devem responder por uma série de crimes como integrar ou promover organização criminosa, tráfico de drogas, porte ilegal de arma, incêndio e roubo, entre outros.

A denúncia foi oferecida à Justiça nessa terça-feira (5) e ajuizada pelos Promotores de Justiça da Capital que atuam na 39ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital.

A ação do Ministério Público aponta que os ataques tiveram a intenção de “implantar o caos social, temor e comprometimento da ordem da segurança pública”. Na ocasião, veículos foram incendiados e vias públicas foram parcialmente obstruídas com barricadas e fogo em pneus em 21 pontos da Grande Florianópolis.

Como uma guerra de facções em Florianópolis provocou onda de ataques com morte e prisões

Ainda segundo o Ministério Público, a intenção da organização criminosa seria desviar a atenção das forças de segurança que atuavam na região da Comunidade do Papaquara. O local foi alvo de duas invasões por conta do domínio de uma facção rival paulista, supostamente responsável pela morte um integrante de destaque da facção catarinense.

Relembre o início dos ataques criminosos

Ainda na madrugada de sexta-feira, dia 18 de outubro, uma ação coordenada de uma facção teria levado a uma invasão armada na Comunidade Papaquara, no bairro de Vargem Grande. Suspeitos teriam fugido em veículos, sendo que dois deles foram encontrados em chamas e outro abandonado pela Polícia Militar no bairro Vargem do Bom Jesus. Duas balas perdidas atingiram um motorista de aplicativo nessa ocasião.

Já no sábado, dia 19 de outubro, por volta do meio-dia, houve uma nova tentativa de invasão na comunidade, com homens armados conduzindo dois veículos, segundo o Ministério Público.

Entre 12h58 e 17h12 de sábado foram registradas 21 ocorrências em vias públicas da Grande Florianópolis, sendo duas em Palhoça, cinco em São José e 14 na capital.

As ações provocaram paralisação do transporte público e impediram que a população acessasse áreas afetadas. Criminosos roubaram veículos e os incendiaram em via pública, além de pneus e outros objetos.

Veja fotos dos ataques na Grande Florianópolis

Dois acusados foram presos em buscas após a primeira invasão à Comunidade Papaquara por policiais militares, e outros seis foram presos após a segunda invasão. Os outros presos foram capturados após ou durante a prática de ataques criminosos. Foram apreendidas drogas, armas e equipamentos utilizados para a prática dos crimes.

A Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) atuou nas investigações do caso, junto a perícias realizadas pela Polícia Científica de Santa Catarina (PCI).

Os denunciados foram acusados de acordo com a participação de cada um, pelos crimes de:

  • Promover ou integrar organização criminosa;
  • Tráfico de drogas;
  • Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo;
  • Dano qualificado pelo emprego de substância inflamável;
  • Incêndio;
  • Conduzir veículo com capacidade psicomotora alterada;
  • Resistência;
  • Desobediência;
  • Porte ilegal de arma de fogo permitida ou de uso restrito;
  • Dirigir veículo sem habilitação.

O Ministério Público ainda requer que eles sejam condenados ao pagamento de indenização à sociedade no valor de R$ 1 milhão por conta das consequência negativa dos atos e pela “lesão ao direito difuso e coletivo à segurança pública”.

A denúncia aguarda agora o recebimento pelo Juízo da Vara Criminal da Região Metropolitana de Florianópolis. Depois disso, os acusados passarão a figurar como réus na ação penal.

As investigações continuam em busca de identificar outros envolvidos nos atentados e integrantes da organização criminosa responsável pela ação.