Polícia investiga agentes políticos e servidores de SC em ação contra crimes ambientais

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) a operação “Mecanismo Verde”. Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, sendo dois em Londrina (PR), um em Balneário Camboriú e os demais em Florianópolis e São José. Entre os alvos estão agentes políticos e servidores públicos da Capital catarinense.

Conforme a polícia, há suspeita de uma organizadição criminosa envolvendo construtores civis e funcionários da SMDU (Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Urbano), da Secretaria Municipal da Fazenda e da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente).

Os envolvidos são suspeitos de articular mecanismos de corrupção para viabilizar as construções irregulares e ocupação desordenada do solo urbano em Florianópolis.

De acordo com a delegada Beatriz Ribas, responsável pela operação, o grupo criminoso conseguia alvarás de construções em áreas do Norte e Sul da Ilha de maneira irregular.

 “Eram regiões onde as construções eram evitadas, terrenos onde os envolvidos ampliavam o número de construções permitidas na área”, explica a delegada.

Nos mandados cumpridos na manhã desta quinta-feira, foram apreendidos celulares, documentos, comprovantes de depósito e computadores. Foram realizadas buscas na casa de um ex-vereador e de um secretário. Maiores detalhes devem ser repassados à tarde

A investigação começou em 2019. Os suspeitos são investigados por organização criminosa, corrupção, crimes ambientais, parcelamento irregular do solo urbano, crimes contra a economia popular e outros, ocorridos desde o ano de 2018.

Contraponto

À reportagem do ND+ a Prefeitura de Florianópolis afirmou que não houve nenhuma operação dentro das suas dependências no início da manhã desta quinta-feira e que ainda não tem maiores detalhes sobre o ocorrido.

Histórico na Capital

Florianópolis tem um histórico de construção de loteamentos irregulares e de exploração imobiliária irregular, sustentada por supostas fraudes e suspeitas de corrupção nas atividades investigadas.

Conforme a polícia, essa atuação ilegal, além de acarretar danos ao meio ambiente, proporciona um crescimento desordenado e um prejuízo imensurável à sociedade, pois o planejamento urbano e os serviços sociais disponíveis não acompanham o crescimento populacional, gerando bolsões de pobreza, ausência de saneamento básico e aumento da criminalidade.

Além disso, adquirentes dos imóveis irregulares são ludibriados com a falsa promessa de futura regularização e individualização dos imóveis prometidas por corretores de imóveis e construtores, em servidões muitas vezes sequer reconhecidas oficialmente pelo próprio poder público municipal.

A ação é da DRCA (Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais) da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais). Participaram da operação 120 policiais civis da DEIC, de Balneário Camboriú, da Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis e policiais civis da PC-PR de Londrina.