Preço médio do gás de cozinha ultrapassa os R$ 110 em SC

Supermercado, carnes, gasolina, motivos não faltam para o consumidor ficar “de cabelo em pé” com os preços de produtos básicos no dia a dia. O gás de cozinha é mais um que não fica para trás.

Em pesquisa divulgada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) entre 17 a 23 de outubro, foi apontado que o preço médio do botijão em Santa Catarina é de R$ 110,73.

Entre as 17 cidades do Estado listadas pela pesquisa, Caçador, no Meio Oeste catarinense, é a que apresenta o maior valor do preço médio do GLP: R$ 121,67.

Na sequência vem Chapecó e Blumenau (R$ 120), Brusque (R$ 115,17) e Florianópolis (R$ 114,62).

De acordo com o presidente do Sinregas (Sindicato dos revendedores de gás), Jorge Magalhães de Oliveira, o preço do GLP deve seguir em alta caso “não haja uma mudança na política de preços da Petrobras”.

“A política de preço é exclusivamente da Petrobras, é difícil precisar quando será o próximo aumento, mas deve sim acontecer. Eles [Petrobras] alega que acompanha a variação do barril de petróleo no mercado internacional, é cotado em dólar. Eles são a única fornecedora de GLP no Brasil. Revendedores não tem outra saída a não ser adquirir o produto”, alega.

Segundo a Petrobras, no preço do botijão pago pelos consumidores nos pontos de revenda também estão incluídos os custos e as margens de comercialização das distribuidoras e dos pontos de revenda.

 

Imagem abaixo detalha os três componentes do preço do GLP:

Elaboração da Petrobras a partir de dados da ANP, baseado nos preços médios ao consumidor final nos 26 estados e no distrito federal – Foto: Petrobras/Divulgação

Ou seja, o preço do botijão é a soma de alguns valores: o que é cobrado na refinaria, impostos federais e a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que varia de acordo com o Estado, por ser um imposto estadual.

Ainda conforme Jorge, o prejuízo com a alta nos preços é grande tanto para o consumidor final quanto para os revendedores.

“Isso vem desde o começo da pandemia, o consumidor acaba buscando fontes alternativas, às vezes não seguras, isso pela perda do poder aquisitivo. Os vendedores nunca enfrentaram uma crise tão grande, com lucratividade baixa”, lamenta.

 

Futuro “pouco animador”

Na opinião da economista Laura Pacheco, o cenário até o fim de 2021 se mostra pouco animador pensando em uma redução no preço do produto.

“O GLP é uma commodity onde o preço dele acaba sendo determinado pelos movimentos de oferta e demanda do mercado global e boa parte do nosso GLP é importado, ou seja, além dos movimentos de preços internacionais sofremos também com a questão cambial”, explica a profissional.

“A questão cambial não apresenta indício de melhora, o Copom começou a disparar a taxa de juros para conter a inflação através de política monetária”, completa.

Para Pacheco, o Brasil precisa de uma política fiscal sofisticada para driblar a crise. “Ano que vem [2022] temos eleições, mais um período de grandes incertezas para o mercado”, alerta.

Olhando por uma ótica menos pessimista, a economista afirma que o valor do botijão em relação ao salário mínimo (R$ 1.192,40) não teve um grande crescimento.

“Se você pegar o salário mínimo de 2007, o preço do botijão chegava a quase 9% de um salário mínimo. Ou seja, isso pode ser um indício também da tão falada manobra de contenção de preços de forma ‘artificial’ por parte da Petrobras”, pontua a economista.

Informações nd+