O deputado estadual e presidente do PSD-SC, Gelson Merisio, é um dos nomes que mais presta atenção em 2018, ano em que é pré-candidato ao governo do Estado. O parlamentar faz uma avaliação do ano de 2017, conta um pouco do que aconteceu ao longo dos últimos meses e explica o que acredita ser os rumos que se desenham para esse ano que inicia.
Superados todos os desafios de 2017?
Foi um ano difícil do ponto de vista político e do ponto de vista econômico. Até porque estamos superando agora a maior crise da nossa história. Santa Catarina não é uma ilha. Foi impactada pela crise econômica, mas soube ultrapassar sem atrasar salários e sem comprometer os investimentos que estavam previstos. Tenho certeza que Santa Catarina será o Estado que mais crescerá em 2018, para nos recuperarmos muito rapidamente.
Como foi o ano na Assembleia Legislativa?
Nós tiramos uma espada da cabeça de centenas de milhares de pessoas que não tiveram a cobrança dos pontos da carteira de habilitação no tempo oportuno e agora estavam tendo a carteira suspensa de forma retroativa. Um projeto que apresentei e virou lei agora impede que o Detran-SC possa suspender a CNH de motoristas que acumularam 20 pontos entre 2012 e 2016, e faça isso sim no ano corrente, obrigando-o a ser mais eficiente e transparente. Outro avanço construído no parlamento foi o fim da pensão vitalícia para ex-governadores, em projeto do meu colega deputado Padre Pedro Baldissera. Os tempos são outros. E não há espaços para benefícios que possam parecer privilégios.
Isso foi na economia e no Legislativo. Como fecha o ano catarinense no cenário político?
Para 2018, construímos uma nova aliança tendo o PP e o PSB como grandes aliados, duas legendas que têm uma visão de Santa Catarina mais próxima da nossa, de um Estado enxuto, menor em burocracias, papelada e funções intermediárias, mas muito maior em entrega de serviços públicos para a população. Quando digo serviços, estou falando de policial na rua, médico no posto de saúde e professor na sala de aula. Protagonizaremos um novo momento na política de SC, com postura clara, enxugamento da máquina pública e prioridade absoluta de investimentos em serviços para a população.
Acabou a tríplice aliança? O PMDB será então adversário do PSD em 2018?
Será o grande adversário. E não é o caso de qualquer diferença pessoal. É um entendimento, que vem das bases, de que o tempo da aliança já se exauriu. Nas eleições municipais, o PSD disputou as eleições em 172 municípios. Em 165 o PMDB era o adversário. Eu, por exemplo, sou contra a permanência das secretarias regionais enquanto os peemedebistas têm isso como uma bandeira.
Há espaço para o PSDB?
As portas estão sempre abertas para o PSDB. Respeitamos a candidatura vigorosa do senador Paulo Bauer, mas temos pontes em construção. Queremos estar juntos em 2018. Há que se ter compreensão, no entanto, que o PSDB aguarda definições nacionais, da sua candidatura à presidência.
Como reagirá o partido com a renúncia do governador Raimundo Colombo em abril (para poder disputar uma vaga ao Senado)?
O PSD vai desembarcar do governo junto com Raimundo Colombo. É até uma forma de respeito à postulação legítima do PMDB de ter candidato a governador. Já fizemos isso em 2010, quando deixamos o governo em abril para que o então governador Pavan construísse seu projeto de candidatura. Não seria legítimo participarmos do governo em período eleitoral, e ao mesmo tempo sendo adversários até outubro.
Já definiu uma prioridade pra a candidatura ao governo?
Prioridade absoluta à Segurança Pública. O Estado vive um momento de decisão. Ou a sociedade como um todo toma consciência de que devemos enfrentar o crime organizado com muita força, ou perderemos o controle, como ocorreu no Rio de Janeiro e está para acontecer no Rio Grande do Sul. Aqui no Estado, temos toda a condição de reverter a situação. Primeiro, precisamos reconhecer que estamos, sim, em guerra contra a bandidagem.