Proposta de reforma tributária apresentada por Guedes requer taxação sobre livros

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A proposta de reforma tributária apresentada pelo ministro Paulo Guedes para o Congresso requer uma taxação de 12% sobre livros. Com o objetivo único de tornar o acesso à cultura e ao conhecimento mais fácil, a imunidade de impostos a materiais para leitura é garantida pela Constituição desde 1946. Na prática, caso aprovado o Projeto de Lei 3887/2020, os livros se tornarão ainda mais caros e inacessíveis para grande parte da população. O ministro defende a ideia com o argumento de que o livro já é produto de “elite”.

Foto Camila Diel Gomes

Dados apresentados pelo jornal Folha de São Paulo mostram presença da literatura na população de classes menos favorecidas. Na Flup (Festa Literária das Periferias), por exemplo, 97% do público se declara leitor frequente, 72% são de não brancos e 68% está entre as classes C, D e E. Ao ser questionado sobre o assunto, Guedes afirma que serão elaboradas políticas públicas, como doação de livros para a população carente, porém não explicou de que maneira essas ações seriam postas em prática.

A proposta encontra resistência no Senado. Um dos argumentos é de que, além de dificultar o acesso da população em geral à educação e cultura, as editoras, livrarias e distribuidoras também sofrerão as consequências da tributação e eventual diminuição do mercado de livros, gerando uma crise econômica no setor, que já vêm sofrendo perdas financeiras com o avanço da internet e dos livros virtuais.

Instituições, como o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), publicaram notas de repúdio à proposta de reforma tributária.  Além disso, a questão ganhou repercussão na internet, e diversos internautas se pronunciaram contra a tributação dos materiais pró literatura. Várias hashtags surgiram em defesa da não tributação dos livros e um abaixo assinado já reúne mais de 500 mil assinaturas.