Florianópolis tem a segunda cesta básica mais cara entre capitais

cesta

O levantamento mais recente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta Florianópolis como a capital com a segunda cesta básica mais cara do Brasil. O estudo mostra que o custo é R$ 530,42, atrás somente de São Paulo, onde custa R$ 539,95.

A análise leva em conta o mês de agosto, e detecta uma variação de 2,9% no valor em relação a julho, e de 14,26% em relação aos últimos 12 meses. Isso deixa a cesta valendo 54,87% de um salário mínimo.

Os itens que tiveram maior alta, segundo o presidente da Acats (Associação Catarinense de Supermercados), Paulo Cesar Lopes, foram o arroz e o óleo de soja, seguidos pela batata (que tem alta sazonal), e o trigo, que subiu na casa dos 17%.

O óleo aumentou em todas as capitais, mas Florianópolis não está entre as que tiveram maior variação, assim como no leite, que teve alta em 16 capitais, passando dos 11% em Curitiba (PR).

Além disso, em alguns estabelecimentos na capital catarinense, o tomate ficou cerca de R$ 3 mais caro em relação aos preços registrados nos últimos meses e monitorados pelo Procon. Em São Paulo, que lidera o ranking dos preços, o tomate subiu 28,7%, e o óleo de soja, 14,18%.

Procon da Capital faz fiscalização

Na manhã desta quarta-feira (9), o Procon de Florianópolis realizou fiscalizações nos mercados da capital. O órgão constatou a alta, já contabilizada, mas apesar de fiscalizar possíveis preços abusivos, não apontou nenhuma ocorrência do gênero. Isso, porque a prática abusiva só pode ser atestada posteriormente.

“Nós estamos notificando todas as redes para que nos apresentem as últimas três notas fiscais de compra, para que possamos mensurar e saber se o consumidor está sendo penalizado com um aumento abusivo”, afirma Fernando Fernandes, do Procon de Florianópolis, ao Balanço Geral.

Mais demanda, preços mais altos

A alta dos itens ocorreu em um período em que a demanda por alimentos cresceu, e função da pandemia, apesar das altas na produção, de acordo com o presidente da Acats.

“O plástico aumentou muito, e hoje em dia tudo é embalado. A cadeia é muito grande, e toda essa cadeia de produção sofre com os impactos da pandemia. É um [panorama] de livre mercado, segue lei de oferta e demanda, temos alta na procura, então os preços acabam subindo”, afirma o dirigente supermercadista.

Planalto estuda primeiras medidas

Em Brasília, nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro, juntamente com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto, para discutir medidas para contornar a alta nos itens.

O Gecex (Comitê-Executivo de Gestão) também decidiu por zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca até 31 de dezembro deste ano.

Em Santa Catarina, segundo Lopes, da Acats, uma das saídas pode ser a aproximação com a agricultura familiar, em suposição que o setor poderia aumentar a oferta, em tentativa de jogar o preço dos itens pra baixo.

Por ND+