Seis pessoas são indiciadas pela morte de João Beto no Carrefour

Carrefour

Seis pessoas foram indiciadas pelo crime de homicídio triplamente qualificado por envolvimento na morte de João Alberto Freitas, homem que foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre (RS), no dia 19 de novembro. Segundo a polícia, não há indício de que a motivação central do crime seja racismo.

Entre os indiciados pelo crime estão os seguranças Geovane Gaspar Dutra e Magno Braz Borges, detidos em flagrante pelo espancamento e pela morte. De acordo com a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrezs, a fiscal Adriana Alves Dutra, que filmou o espancamento, e um segurança chamado Paulo também foram indiciados por se omitirem em ajudar a vítima. Mais dois funcionários do Carrefour tiveram sua prisão solicitada à Justiça.

Segundo a delegada, os indiciados demonstraram uma maneira “aviltante” de conduta, intimamente ligada à condição socioeconômica da vítima, “a qual não se pode dissociar sua cor de pele”. Eles foram indiciados por asfixia, recurso que impossibilitou socorro à vitima e motivo torpe, relacionado ao “contexto discriminatório” em que o crime aconteceu.

Detidos em flagrante, o ex-soldado temporário da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Giovane Gaspar da Silva, e Magno Braz Borges, que atuavam como seguranças do supermercado, cumprem prisão preventiva pelo crime. Ambos foram demitidos da Vector, empresa de segurança contratada pelo Carrefour.

Ao fim de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a Brigada Militar decidiu desligar Geovane Gaspar da Silva da corporação na semana passada. Segundo a BM, ele cometeu transgressão disciplinar grave quando, de folga, se envolveu no espancamento e no assassinato de Beto Freitas. A atividade de Geovane na corporação se limitava a funções administrativas.

A defesa do ex-PM argumenta que não foi a ação de Geovane que causou a morte de Beto, mas a pressão feita com o joelho nas costas da vítima pelo segurança Magno. Para a defesa, Geovane agiu por legítima defesa e deveria responder apenas lesão corporal.

– O meu cliente tentou apaziguar a situação. Ele agiu em legítima defesa. O João Alberto deu dois socos no Giovane. Ele deu socos porque não havia outro jeito de segurar e de conter o João Alberto – disse o defensor.