Um ano após primeiros casos de Covid-19, SC tem 8 mil mortes

Há um ano, a Secretaria da Saúde de Santa Catarina confirmava os primeiros dois casos de Covid-19 no estado: de um homem de 34 anos e uma mulher de 28 anos, que contraíram a doença no exterior e não precisaram ser internados. Doze meses depois, os catarinenses enfrentam a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com o novo coronavírus, enquanto a vacinação está na primeira das quatro fases iniciais,e convivem com restrições mais brandas que há um ano.

Até quinta (11), 717.454 pessoas tinham se contaminado com o novo coronavírus em 12 meses e 8.377 delas morreram, segundo o boletim do governo do estado. Quase 400 pacientes estavam na lista de espera por um leito de UTI Covid e 85 morreram antes de conseguir uma vaga.

A taxa de ocupação de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS), contando Covid-19 e outras doenças, era de 96%,26. Levando em conta apenas UTI-Covid adulto, a porcentagem sobe para 99,30%.

O cenário da pandemia em março de 2020 era muito diferente de agora. Em 31 daquele mês, 235 pessoas tinham sido contaminadas com o vírus e duas tinham morrido. A primeira morte no estado foi confirmada em 25 de março. A vítima foi um idoso de 86 anos que morava em uma casa de repouso em Antônio Carlos, na Grande Florianópolis.

Após a confirmação dos primeiros casos, em 17 de março de 2020 veio o decreto de emergência e, com ele, restrições para os serviços não essenciais. Foram suspensas as aulas, o transporte coletivo, o comércio, as academias, a recepção de novos hóspedes nos hotéis, as atividades nas igrejas, os eventos.

A primeira reabertura ocorreu em 26 de março, quando puderam ser retomadas as obras públicas. Bancos e lotéricas voltaram quatro dias depois. Porém, a maior parte dos serviços seguia suspensa, como academias, comércio, bares e o transporte coletivo.

Doze meses depois, mesmo com o agravamento da pandemia, há mais serviços em funcionamento agora do que em março de 2020. O decreto estadual, que entra em vigor nesta sexta (12), suspende as atividades não essenciais no fim de semana, mas elas estão liberadas, com regramentos, nos dias úteis. As normas vão até 19 de março.

Mesmo com as regras, há descumprimento por muitas pessoas. Na quinta, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), culpou as festas clandestinas e a negligência a protocolos sanitários pela situação sanitária com o avanço do coronavírus. Em diversos fins de semana e feriados, houve flagrantes de desrespeitos às normas.

No estado, também circula a variante brasileira do novo coronavírus, que tem origem em Manaus. Foram confirmados 21 casos. Desses, 11 pessoas foram infectadas dentro do estado catarinense.