Advogada diz que certidão de óbito da mãe de Hang foi alterada

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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta terça-feira (28), a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da Prevent Senior, disse que a certidão de óbito de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, das lojas Havan, foi alterada. Além disso, ela afirmou que Regina fez uso de medicamentos do “kit Covid”que são ineficazes no combate à doença. A informação havia sido antecipada pelo R7 na semana passada. O empresário vai prestar depoimento à CPI na quarta-feira (29).

“A causa do óbito da senhora Regina é desassociada da informação. Ela morre de falência múltipla dos órgãos, segundo o atestado de óbito, decorrente de um choque hemorrágico. Contudo, a evolução do prontuário mostra que ela foi internada por Covid, e, até o final, todas as doenças que ela teve decorrentes da internação estão relacionadas à Covid-19, o que infringe a determinação do Ministério da Saúde de informar a ocorrência desse fato em documentos públicos”, afirmou.

Na semana passada, já havia sido divulgado que Regina fez uso de medicamentos do “kit Covid” antes e durante a internação em uma unidade da Prevent. A informação diverge do que foi divulgado por Luciano Hang na época da morte da mãe, aos 82 anos, em fevereiro deste ano. Na ocasião, o empresário gravou um vídeo em que defendia o chamado “tratamento preventivo” e refletia sobre o que mais poderia ter feito por sua mãe. Segundo ele, Regina Hang foi levada ao hospital quando já estava com quase 95% dos pulmões comprometidos. “Ela estava assintomática e quando nós pegamos foi muito tarde. Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo eu não teria salvado a minha mãe?”, questionou.

A advogada afirmou que teve acesso ao prontuário integral de Regina e que, no documento, consta que ela fez uso do chamado “tratamento preventivo”. “Ela havia feito antes de chegar ao hospital. Aqui, a prescrição é que ela recebeu previamente os medicamentos hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e colchicina. Contudo, no prontuário dela não consta a autorização para o tratamento. Então, eu não tenho como afirmar se a família tinha ou não conhecimento disso. Apesar de, por inúmeras passagens, a equipe relatar conversar com os familiares e passar essas informações, eu não tenho esse termo assinado”, afirmou.

De acordo com ela, o médico que preencheu o prontuário disse que havia falado com membros da família da idosa. “Em todas as passagens do prontuário da senhora Regina Hang existe essa informação. Então o que eles relatam é que, nos primeiros dias de sintoma, ela teria feito uso do que se chama tratamento precoce, esse conjunto de quatro medicamentos, explicação expressa assinada por vários médicos da instituição. Então, ela foi avaliada por aproximadamente 50 profissionais, precisamente 40 e poucos profissionais, que atestaram e assinaram cada uma das evoluções, dizendo que ela fez uso desses medicamentos”, explicou.