Após 4 baixas seguidas, confiança do consumidor sobe em fevereiro

A confiança do consumidor brasileiro subiu para 78 pontos em fevereiro, após quatro meses de perdas consecutivas, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (24), pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

No período, houve melhora tanto da percepção dos consumidores em relação ao momento presente quanto das expectativas para os próximos meses. Ambos, porém, se mantém em patamar desfavorável e em nível inferior ao observado em dezembro. Enquanto o ISA (Índice de Situação Atual) aumentou 1,4 ponto, para 69,5 pontos, o IE (Índice de Expectativas) avançou 2,7 pontos, para 84,8 pontos.

A coordenadora das sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt, avalia que o início da campanha de imunização contra a covid-19 no país e a possibilidade de reedição do auxílio emergencial parecem ter reduzido o desânimo do consumidor em fevereiro.

“Os níveis de confiança, no entanto, continuam baixos e a sustentação de uma tendência de alta dependerá de fatores como a velocidade da vacinação, da evolução dos números da pandemia no Brasil e, principalmente, da recuperação do mercado de trabalho, algo difícil no primeiro semestre de 2021, considerando-se a grande dificuldade que será novamente enfrentada pelas empresas do setor de serviços, segmento que mais emprega no país”, afirma ela.

O indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral aumentou 1,4 ponto em fevereiro, para 74 pontos, após uma sequência de três quedas consecutivas. O mesmo comportamento foi verificado na percepção sobre a situação financeira atual, que apresentou variação positiva de 1,4 ponto, para 65,5 pontos, mas ainda segue em patamar baixo em termos históricos.

Em relação às expectativas, o indicador que mede as perspectivas para a economia foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança ao subir 4,8 pontos, para 107,1 pontos. As perspectivas sobre a situação financeira das famílias, por sua vez, subiram 2,6 pontos em fevereiro, para 90,2 pontos.

Apesar do aumento das expectativas, consumidores se mantêm cautelosos em relação ao consumo de bens duráveis. O indicador de ímpeto de compras registrou variação de 0,3 ponto, para 59,2 pontos, nível extremamente baixo em relação à série histórica.