A Casan promete lançar ainda nesta quinta-feira um edital para indenizar os moradores afetados pelo rompimento de uma lagoa artificial na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A inundação provocou danos materiais ao invadir casas e encobrir veículos e deixar os moradores da Servidão Manoel Luiz Duarte ilhados.
A presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, afirmou que parte do ressarcimento financeiro deverá ser pago aos moradores ainda nesta quinta.
— Agora de manhã a gente está lançando um edital para começar esses ressarcimentos já com adiantamento também dos valores. Ninguém vai ficar sem o ressarcimento dos seus danos materiais — disse Roberta.
A presidente não deu detalhes sobre os valores que devem ser pagos, nem sobre como os moradores podem procurar a Casan para solicitar o ressarcimento. Ainda na entrevista, Roberta destacou que a companhia trabalha junto aos moradores desde segunda para a recuperação do local. De acordo com ela, parte da servidão já foi recuperada.
O alagamento deixou pelo menos 70 pessoas desalojadas e uma com ferimentos leves. A inundação aconteceu na manhã de segunda. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil foram ao local fazer a retirada dos moradores em botes.
A água que extravasou da lagoa atingiu e provocou o bloqueio de parte da Avenida das Rendeiras, uma das movimentadas do bairro.
Questionada sobre possíveis falhas da Casan que poderiam ter contribuído com o rompimento, a presidente negou erros e disse que uma apuração interna está sendo feita.
— Nós já temos órgãos de controle que estão fazendo inquéritos, a gente já está fazendo a nossa defesa. Tem sim um processo de apuração interno, apurando os fatos, mas de fato ali aconteceu uma chuva fora do normal — afirmou.
Casan foi notificada sobre multa
Além dos ressarcimentos aos moradores, a Casan terá que pagar uma multa de R$ 15 milhões, aplicada pela prefeitura de Florianópolis. A sanção tem como justificativa os danos ambientais causados pelo rompimento da lagoa. Segundo a presidente, a companhia foi notificada na noite de quarta e deve fazer a defesa contra a penalização.
Uma análise da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), mostrou que o rompimento danificou dunas e restingas no entorno da lagoa artificial, além de modificar a qualidade da água.
Foi estipulado um prazo de 20 dias para que a Casan apresentasse sua defesa e outro de cinco para o pagamento da multa com 30% de desconto em relação ao valor estabelecido.