Coronavírus: Brasil passa de 31 mil mortes por covid-19, número cinco vezes maior que um mês atrás

No intervalo de apenas um mês, o Brasil multiplicou por cinco o seu total de mortes por covid-19, em mais uma marca dramática atingida pela pandemia no país. As mortes por covid-19 ultrapassaram 30 mil, atingindo o total de 31.199 mortos pela doença no país todo, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça (2 de junho). Há um mês, o relatório diário da Organização da Saúde (OMS) mostrava que o Brasil tinha 5,9 mil mortes pela doença em 2 de maio.

O país também teve recorde de mortes causadas pelo coronavírus nas últimas 24h: foram 1.262 óbitos registrados nesse período.

O número de infectados confirmados, por sua vez, é mais de seis vezes maior do que há um mês. O Brasil tem hoje 555.383 pessoas com covid-19 oficialmente contabilizadas, contra cerca de 85 mil no início de maio. Nas últimas 24 horas foram registrados 28.936 novos casos.

No momento em que muitos Estados e municípios já discutem e implementam medidas de flexibilização da quarentena, os dados globais da covid-19 compilados pela Universidade Johns Hopkins mostram que a curva de contágio do Brasil continua ascendente, diferentemente de outros países europeus e asiáticos em processo de flexibilização, cujos dados parecem indicar, no momento, uma estabilização no número de casos.

Os dados divulgados nesta terça pelo Ministério da Saúde, mantém o Brasil como o segundo país do mundo com o maior número de casos da covid-19, atrás apenas dos EUA, e o quarto maior número de mortes, precedido por EUA, Reino Unido e Itália, de acordo com a Johns Hopkins.

Todos os Estados brasileiros já têm óbitos confirmados. Lideram em números de casos e óbitos São Paulo (188.265 casos e 7.994 mortos), Rio de Janeiro (56.732 casos e 5.686 mortos) e Ceará (53.073 casos e 3.421 mortos).

Evolução da pandemia de coronavírus no Brasil

Fonte: Ministério da Saúde

 

Pandemia

O primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 24 de fevereiro. Um empresário de 61 anos, que mora em São Paulo (SP), foi infectado após retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da Lombardia, a mais afetada do país europeu que tem mais casos fora da China.

O novo coronavírus, que teve seus primeiros casos confirmados vindos da China no final de 2019, é tratado como pandemia pela OMS desde 11 de março.

As taxas de mortalidade pelo coronavírus têm variado consideravelmente de país para país, também segundo a Johns Hopkins. Enquanto locais como Bélgica, Reino Unido e Itália têm entre 14% e 16% de mortos entre os infectados, essa taxa tem sido de cerca de 6% em países como EUA e Brasil.

Estudos apontam que a grande maioria dos casos do novo coronavírus apresenta sintomas leves e pode ser tratado nos postos de saúde ou em casa. Mas, entre aqueles que são hospitalizados, o tempo de internação gira em torno de três semanas, o que gera um impacto sobre os sistemas de saúde, de acordo com a pasta, já que os leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) ficam ocupados por um longo tempo, gerando uma crise de escassez de leitos em diversos Estados e municípios brasileiros.