‘Só quem precisa sabe da importância’: Dia do Doador de Sangue é comemorado nesta terça

Dia do Doador de Sangue
Dia do Doador de Sangue é comemorado nesta terça – Foto: Julio Cavalheiro/Secom/ ND

O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado nesta terça-feira (14). Por isso, ao longo deste mês acontece a campanha Junho Vermelho, que busca incentivar a doação de sangue. Esse gesto salva a vida de pessoas que dependem desse líquido tão importante.

Segundo o responsável pelo setor de captação de doadores do Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina), Silvio Antônio Batistella, “clínicas e hospitais do estado inteiro [precisam de sangue], em razão de questões de acidente, de cirurgias eletivas. Além daqueles pacientes que em razão de alguma doença que possuem têm a necessidade de transfusão, seja periodicamente ou em situações específicas”.

De acordo com o Hemosc, nos cinco primeiros meses deste ano foram feitas mais de 50 mil doações de sangue em todo o estado. Mas, nesses períodos de frio, os hemocentros registram uma baixa procura. Uma consequência também das doenças respiratórias da época.

“Esse tempo um pouco mais de chuva, traz impacto nas doações em todos os bancos de sangue. Estamos passando novamente por mais uma onda de aumento dos casos de Covid-19, estamos com casos de dengue e essas condições climáticas só acentuam essa condição”, explicou Batistella.

Para quem precisa de sangue para realizar tratamentos, o gesto dos doadores faz toda a diferença. A aposentada Maria Salete Damázio vai até o Hemosc duas vezes por mês. A cada visita ela usa duas bolsas de sangue. Ao longo do ano essa conta passa de 50 bolsas de sangue. Por isso, a importância da doação.

Uma sequência de mal estar com a desconfiança de ser anemia fez a aposentada acender o sinal de alerta. Exames mais detalhados confirmaram que a ela sofria de mielodisplasia, uma condição na qual há falência da medula óssea em produzir células que formam o sangue em quantidade suficiente para o nosso organismo.

“Os médicos achavam que era um problema de falta de ferro e na realidade não era, porque ferro eu já tinha além da conta. Meu organismo não absorvia bem o ferro, então ele ia se acumulando. Por conta disso, eu tive uma espécie de alergia muito forte. Foi onde foi feito vários tipos de exames e chegaram à mielodisplasia”, contou Maria Salete.

O tratamento dela envolve receber bolsas de sangue. Ela depende de doses de hemácias, nutriente presente no sangue, para que seu corpo possa produzir as células vermelhas. Um processo que precisa ser realizado a vida toda.

Segundo a aposentada, “no início, quando foi descoberto o problema, recebia uma bolsinha [de sangue] a cada quatro, a cada cinco meses. À medida que eu fui envelhecendo, os anos vão passando, há sempre uma necessidade de mais. O meu organismo consome mais o sangue. Eu já cheguei num ponto de receber quatro bolsinhas mensal”.

Para Maria Salete, a única preocupação é ter as bolsas de sangue todos os meses. Por isso, o recado é para quem é saudável e pode ajudar ela e outros tantos pacientes: “Só quem recebe, quem precisa, é que sabe da importância que é [doar]. Tanto plaquetas quanto concentradas de hemácias, como o sangue normal.”

Por nd+