O intervalo de doses das vacinas contra a Covid-19 é um assunto que ganhou repercussão depois do anúncio do Ministério da Saúde em reduzir o tempo de aplicação entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer.
Mas, até o momento, a medida ainda não tem previsão para ser adotada. O ND+ listou os intervalos de doses de todas as vacinas disponíveis para ajudar a esclarecer a atual situação.
Pfizer: 12 semanas
A vacina fabricada pela farmacêutica Pfizer em parceria com a alemã BioNTech é a que tem o intervalo mais longo. São 12 semanas entre a aplicação da primeira dose e a segunda, que conclui a imunização.
O intervalo sugerido pelo fabricante é de 21 dias, exatamente como o Ministério da Saúde quer estabelecer. No entanto, este prazo foi estendido pelo Brasil e diversos países com base em pesquisas que apontam que a vacina já produz imunidade na primeira dose.
A controvérsia na redução do prazo é a falta de vacinas dos Estados para conseguir entregar as duas doses para toda a população. Como os critérios e datas ainda não foram definidas pelo governo, as 12 semanas de intervalo seguem valendo em todo o Brasil.
Astrazeneca: 10 semanas
A vacina da Astrazeneca é uma que já passou por mudanças no intervalo de doses. No início de julho, o Estado de Santa Catarina mudou o prazo para 10 semanas.
A Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) justificou que a bula do fabricante diz “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira injeção”. Ou seja, a segunda dose poderia ser aplicada apenas um mês após a primeira.
Até então, o prazo também era de 12 semanas. Atualmente, portanto, quem recebeu a vacina Astrazeneca em Santa Catarina pode tomar a D2 (segunda dose) 10 semanas depois da primeira.
Coronavac: 28 dias
Já a Coronavac, que é produzida pelo Instituto Butantan, também requer duas doses, que devem ser aplicadas em um intervalo de duas a quatro semanas, segundo a bula, que foi aprovada com autorização de uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O intervalo utilizado em todo o Brasil é de 28 dias entre as duas doses.
Janssen: dose única
Por fim, vale lembrar que a quarta vacina contra a Covid-19 disponível no Brasil, a Janssen, não requer duas doses. É válido ressaltar também que o corpo precisa de cerca de 15 dias após a aplicação da dose para uma resposta imune adequada.
Redução no intervalo da Pfizer
Nesta segunda-feira (26), o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, informou que o intervalo entre as doses da Pfizer será reduzido no país.
O anúncio foi feito pelo secretário a jornalistas, mas não foi informado quando a mudança vai ser posta em prática. “Precisa ver qual é o melhor timing disso, mas que vai diminuir, vai”, disse.
Apesar de dar como certa a redução do intervalo, Cruz afirmou que vai aguardar para saber quantas doses o Brasil receberá da vacina em agosto.
“Vamos conversar com o laboratório para ver qual o cenário do próximo mês de entrega das doses. Além da questão da epidemia, precisamos verificar o cenário de abastecimento”, declarou.
“A gente está só vendo com Conass (Conselho de Secretários Estaduais de Saúde) e Conasems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), na tripartite, para gente ver qual é a melhor data para diminuir o prazo de três meses para 21 dias. Então, encurtando o prazo ficando o mínimo pontuado pela Pfizer”, falou o secretário-executivo.
A decisão de reduzir o intervalo entre as doses da vacina tem como objetivo conter o avanço da variante indiana do coronavírus, a Delta.
Pesquisa do laboratório francês Pasteur indica que a primeira dose da Pfizer tem uma proteção de apenas 10% contra a variante. Por outro lado, com as duas doses tomadas, a taxa sobe para 95%.