Jornada da The Ocean Race rumo a Itajaí será a mais longa da história da competição

“Desafiador” é pouco para descrever a próxima etapa da regata transoceânica The Ocean Race. O trajeto de 12 mil milhas náuticas pelo Oceano Antártico, entre a África do Sul e a cidade de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, será a etapa mais longa da história da competição, e representa um grande marco para os competidores.

No próximo domingo (26), as equipes partem da Cidade do Cabo, na África do Sul, para a terceira etapa da The Ocean Race, que deve ser concluída no início de abril.

Os cinco barcos seguirão rumo à cidade de Itajaí, que recebe a regata pela quarta vez, sendo a única para na América Latina da competição.

Mas antes de atracar em terras brasileiras, os times terão que enfrentar os desafios dos mares do sul.

O Oceano Antártico, também conhecido como Oceano Polar Sul ou Oceano Austral, é a extensão de oceano aberto mais selvagem e remota do mundo.

No caminho da Cidade do Cabo para Itajaí, as tripulações passarão bem ao sul dos três Grandes Cabos do mundo: o Cabo da Boa Esperança, próximo à ponta da África; Cabo Leeuwin, o ponto mais a sudoeste da Austrália; e o Cabo Horn na Ilha de Hornos, ao sul do arquipélago da Terra do Fogo, no sul do Chile.

A expectativa da organização do evento é que os velejadores concluam esta etapa em cerca de 34 dias.

De longe, este será o maior tempo gasto no gelado Oceano Antártico em qualquer edição da The Ocean Race.

Por conta disso, esta etapa conta com a pontuação dobrada para as equipes. Os primeiros pontos serão contabilizados para a ordem em que os barcos passam em uma marca perto da ponta oeste da Nova Zelândia, e a segunda pontuação será para a ordem de chegada em Itajaí.

Quanto mais ao sul as equipes forem, mais curto é o percurso percorrido. Nas primeiras edições da corrida, as equipes chegavam o mais perto que conseguiam da Antártica, porém, essa estratégia significava correr por blocos de gelo, uma experiência perigosa.

Hoje em dia, como os barcos modernos são quase três vezes mais rápidos e uma colisão mesmo com um pequeno pedaço de gelo pode ser uma catástrofe, uma zona de exclusão virtual é imposta pelo comitê de regata para manter as embarcações ao norte da zona de gelo.

Estes locais são marcados por fortíssimas correntes de vento, que impulsionam os veleiros, se aproveitadas da maneira correta.

O próximo desafio a ser enfrentado é contornar o Cabo Horn, o ponto mais ao sul do continente americano.

Depois de superar essa etapa, os velejadores ainda precisam lidar com as águas tempestuosas da Argentina, antes de navegar até Itajaí.

Os barcos devem atracar na cidade catarinense nos primeiros dias do mês de abril. Já a Vila da Regata de Itajaí estará aberta desde o dia 29 de março, com diversas atrações para o público. A expectativa é que mais de 500 mil pessoas passem pelo local do evento.