Mais de 60 mil estão curados do coronavírus em SC – confira relatos

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Apresentando sintomas como falta de ar, tosse, febre e fortes dores de cabeça, a doença do COVID-19, muito parecida com uma gripe ou resfriado em condições mais leves, parou o mundo. Principal assunto de 2020, o vírus chegou ao Brasil em final de fevereiro e já acumula mais de 80 mil óbitos no país. No estado de Santa Catarina, 73 mil casos de Covid-19 foram confirmados até então, e com o número crescente de óbitos e infecções provocadas pelo vírus diariamente em todo o mundo, é fácil esquecer das centenas de milhares de pessoas recuperadas da doença. Em SC, este número chega a 62 mil pessoas, que relatam diferentes experiências ao enfrentar essa batalha.

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Para quase 45% da população, como aponta um levantamento recente feito pelo Instituto de Pesquisa Scripps (EUA), o coronavírus não chega a apresentar nenhum sintoma, como foi o caso de Marcos José de Lima, de 54 anos. Residente de Itapema/SC; o bancário relata que ficou sabendo da doença apenas devido aos testes realizados na agência da Caixa Econômica Federal de Itapema onde trabalha, após um colega testar positivo para o vírus. “Eu e a minha esposa contraímos a doença. Com todo o movimento no atendimento bancário, sabíamos que seria questão de tempo até nos infectarmos, por isso nós dois já estávamos preparados com todas as vacinas em dia e redobrando os cuidados com alimentação saudável e a prática de esportes”, relata.

Fabiano Roberto Tomasini também foi outro que escapou do pior. Com quadro de bronquite asmática, o contador de 42 anos conta que em alguns momentos teve medo. “A bronquite asmática já incomoda há anos, somada à Covid-19, teve sintomas muito mais agressivos, como a dificuldade de respirar.” Fabiano ainda não está curado, mas relata que os principais sintomas já aliviaram.

O residente de Itapema, Géber Daniel Máximo de Lima, de 38 anos, não teve a mesma sorte. Mesmo praticando atividades físicas regularmente e não apresentando nenhuma condição de saúde que pudesse ser considerada uma comorbidade, Géber conta ter sentido cansaço físico intenso, além de fortes dores de cabeça. “O cansaço foi aumentando e comecei a sentir calafrios bem intensos, somados de febre. Foi aí que decidi buscar ajuda médica.” Segundo ele, além dos sintomas do vírus, Gérber ainda precisou lidar com crises frequentes de ansiedade, que ainda o acompanham, além da perda brusca de resistência física e perda nítida de desempenho na prática de atividades físicas.

O empresário Ricardo Gebeluca, de 41 anos, mesmo sem outras doenças ou comorbidades que possam ter contribuído para um quadro mais severo do vírus, relata uma das piores experiências de sua vida. Os primeiros sintomas foram dores de cabeça e na garganta, seguidos de diarreia, perda de paladar e desconforto respiratório. Após a constatação de febre, foi ao Centro de Triagem de COVID-19 em Itapema, onde realizou o teste rápido e constatou o resultado positivo. Saiu do local já com a prescrição de tratamento medicamentoso e orientado ao isolamento total. No entanto, no dia seguinte à visita, Ricardo sentiu um rápido avanço da doença, seguido de um episódio de desmaio.

Créditos: Ricardo Gebeluca

Segundo ele, após ser levado ao Hospital Santo Antônio, em Itapema, para receber os primeiros cuidados, foi encaminhado ao Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, para fazer uma tomografia computadorizada do tórax, retornando direto para o Hospital Santo Antônio, onde ficou internado por cinco dias, com auxílio de oxigênio. “Entreguei minha vida nas mãos de Deus e dos profissionais maravilhosos que me prestaram uma assistência incrível, foram anjos enviados por Deus”, destaca Ricardo, que reforça o pedido de que a população se mantenha em casa e reforce os cuidados como o álcool em gel e o uso correto da máscara.

O estudante de jornalismo e servidor da Câmara Municipal de Vereadores de Balneário Camboriú, Jeffersom Carvalho de Almeida, de 21 anos, também relata uma experiência conturbada com o coronavírus. Na semana em que os primeiros sintomas foram sentidos, Jeffersom estava imerso no término de um trabalho acadêmico muito importante, o Trabalho de Iniciação Científica, por isso, acreditou que os sintomas como cansaço, dores fortes nas costas e no corpo eram devido ao estresse que estava sofrendo em sua vida acadêmica.

“No dia em que apresentei o meu artigo científico, comecei a sentir dores muito fortes na região dos rins e calafrios muito intensos. Após a apresentação fui direto ao hospital, que fizeram exames para constatar dengue ou Chikungunya e me encaminharam para o centro de COVID-19 para que o teste fosse realizado. Como busquei ajuda médica tarde, o resultado positivo chegou quando eu já estava me sentindo um pouco melhor, então a experiência foi tranquila de uma maneira geral”, relata o jovem, que diz continuar tomando todas as precauções, já que ainda não há um consenso científico sobre a imunidade completa após a cura do vírus.

Mesmo sentindo apenas sintomas leves, o residente de Itajaí, Adriano Klawa, de 48 anos, destaca que a experiência, apesar de nada agradável, o fez valorizar as coisas simples, como sentir o cheiro do perfume da esposa ou o gosto de uma refeição, já que perdeu o paladar e o olfato, e por isso reforça a importância de levar à sério os cuidados para a prevenção.

Jornalista: Camila Diel Gomes