Megaoperação cumpre quase 60 prisões em 6 estados contra organização criminosa de SP

Megaoperação

A megaoperação feita na manhã desta quinta-feira (25) em seis estados ocorreu contra uma organização criminosa de São Paulo que tentava se expandir dentro de Santa Catarina, para ter acesso aos países vizinhos Argentina e Paraguai, além dos portos no litoral para o tráfico de drogas. Dos 284 mandados expedidos, foram cumpridos 120 de prisão e 142 de busca e apreensão, informou o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em coletiva na tarde desta quinta. Dos 120 mandados de prisão cumpridos, 62 pessoas já estavam no sistema prisional.

 

 

A operação, chamada de Maserati, teve mandados de prisão cumpridos em 45 cidades de seis estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. No estado catarinense, as prisões ocorreram principalmente em cidades do Oeste, mas também na Serra, no Vale do Itajaí, no Norte e na Grande Florianópolis.

Ao longo da investigação, o Gaeco apurou que a organização criminosa foi responsável por 11 homicídios, um sequestro em Joinville, quatro tentativas de homicídio e diversos roubos.

 

Foco na expansão

A Coordenadora do Núcleo Gaeco de São Miguel do Oeste, no Oeste catarinense, onde começou a investigação, informou que os trabalhos que antecederam a operação nesta quinta iniciaram há nove meses. A coordenadora, Marcela Fernandes, também disse que o nome “Maserati” era usado pelos integrantes do grupo criminoso para se referir a Santa Catarina.

Todos os presos tinham alguma atuação no estado catarinense. O delegado Eduardo Mattos relatou o objetivo dos membros da organização.

“Ao longo da investigação, a gente apurou essa intenção da facção criminosa de expandir a sua atuação aqui no âmbito do estado de Santa Catarina. A intenção deles era tomar as cidades menores, onde, segundo eles, os faccionados ainda não vestiram camisa de facção, e a partir daí ir se fortalecendo, tomando as cidades maiores até chegar ao litoral”, disse.

A investigação identificou pelo menos 18 cargos divididos entre os integrantes do grupo criminosos, que se organizava como uma empresa, conforme o delegado. “Um era responsável por manter os cadastros dos membros, um cargo era para alguém que gerenciava a venda de drogas, um cargo para alguém que armazenava a droga e as armas da facção”, exemplificou.

O relatório final da investigação tem mais de 2,2 mil páginas e foi dividido em três partes. “Faccionados batizados, faccionados batizados que não estão exercendo função e os chamados companheiros, que ainda não são batizados, mas são candidatos e participam das decisões coletivas da organização. As ações deles para nós geram maior preocupação porque precisam mostram serviço. São esses os integrantes responsáveis por crimes graves, como homicídios”, disse o delegado.

No interior de São Paulo, em Campinas, a polícia apreendeu dinheiro e prendeu uma integrante com alto cargo dentro da organização e com envolvimento no tráfico de drogas. Segundo o delegado, ela é companheira de outro integrante, que está no sistema prisional em Guarapuava, no Paraná.

 

Megaoperação

Os trabalhos envolveram o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as forças de segurança estaduais.

Cerca de 400 policiais civis, militares e rodoviários federais, além de servidores do Instituto Geral de Perícias (IGP) e Agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap) participam da ação.

Foram criadas salas de situação dentro da sede do MPSC em Florianópolis e em São Miguel do Oeste para integrar as ações e monitorar as prisões.