Ministro Guedes cita ‘pressão enorme’ por Auxílio Brasil maior

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira (11) que a equipe econômica sofreu uma “pressão enorme” da ala política por um Auxílio Brasil de maior valor. Mais uma vez, ele argumentou que a ideia de mudar a regra do teto de gastos não partiu da equipe econômica.

– Passamos seis, sete meses dizendo que as pessoas estavam comendo ossos, que era uma fome generalizada. A pressão política foi imensa em cima da economia. A equipe econômica queria fazer um auxílio de R$ 300, dentro do orçamento, tudo certinho. A política pressionando por R$ 600, e o presidente Bolsonaro cortou ali, em R$ 400. Eu alertei que isso não caberia no teto – afirmou.

A declaração de Guedes ocorreu durante sua participação no Itaú Macro Vision 2021.

– A pressão política foi ensurdecedora. Estou lutando pelo teto. Não foi minha criação de ampliação do teto – completou.

A PEC dos precatórios libera R$ 91,6 bilhões de espaço no Orçamento de 2022 e é essencial para o governo conseguir tirar do papel o Auxílio Brasil de R$ 400, como quer o presidente Jair Bolsonaro. O ministro lembrou que já havia outras exceções para o teto, como a compra de vacinas.

– Revendo o teto, mas empurrando tudo para debaixo do teto não viola a arquitetura. Íamos ter uma compressão de espaço discricionário que nenhum governo teve. Agora estamos mantendo o espaço discricionário. A mudança no teto não altera os fundamentos fiscais – argumentou.

Segundo o ministro, a mudança na regra do teto permitirá uma “aterrissagem suave” do fiscal.

– O Brasil contraiu muito rapidamente uma expansão fiscal por causa do enfrentamento à pandemia de Covid-19. O Brasil foi muito eficiente no combate, do ponto de vista econômico – ressaltou.