Se você pensa que viver em uma casa de vidro é apenas coisa de quem sonha em entrar no BBB, você está enganado: Juana Muñoz, de 53 anos, vive dentro de uma espécie de gaiola para proteger sua saúde. Ela possui nada menos que quatro condições que podem matá-la: sensibilidade química múltipla, fibromialgia, síndrome da fadiga crônica e eletrossensibilidade.
Juana, que mora em Cádiz, na Espanha, descobriu está com a saúde fragilizada há quase 3 décadas: na ocasião, seu corpo ficou todo inchado após ela encostar em uma batata que seu marido havia plantado. Ela foi tratada com corti esteroides, mas acabou desenvolvendo uma grave sensibilidade a vários produtos químicos.
A espanhola acredita que essa ultrassensibilidade foi desencadeada por um pesticida usado na plantação de batatas de seu marido. Depois disso, sua vida se tornou um inferno, com o desenvolvimento da fadiga extrema crônica e da fibromialgia. Com a saúde cada vez mais frágil, a solução foi se isolar em uma redoma de vidro construída especialmente para protegê-la. Há 13 anos, Juana se mudou para o cubículo.
O marido e os filhos só podem abraçá-la duas vezes por ano, após uma intensa preparação que pode levar alguns dias para ser completada. Para entrar em seu quartinho de pouco mais de 20 metros quadrados, os visitantes precisam usar roupas de algodão, nenhum produto químico (como desodorantes ou perfumes) e tomar banho com alguns itens específicos e que não afetem a sua saúde. Nenhum dos visitantes, entretanto, pode tocá-la.
O que mais afeta Juana é a falta de abraçar seus dois filhos com mais regularidade. Anos atrás, ela ainda foi diagnosticada com câncer de mama, algo que a obriga a uma vez por ano sair de sua clausura para repetir os exames. Essa é a única vez que ela sai de casa no ano todo.
Mesmo com tantos cuidados, a espanhola ainda tem crises de asfixia, feridas na pele, fadiga e dores, mas tem aprendido a conviver com esses sintomas. Hoje sua alimentação é baseada em produtos orgânicos que seu marido planta – sem o uso de nenhum tipo de pesticida, é claro. Carnes só entram no cardápio duas vezes por mês, mas apenas se forem de fontes extremamente confiáveis.
Meta de Juana para os próximos meses é alertar a população sobre a sensibilidade química múltipla e conseguir que desenvolvam uma espécie de máscara específica que permita a ela abraçar mais pessoas, sua mãe, por exemplo, está bem idosa e não tem mais condições de passar por todos os procedimentos de higienização adequados para permitir o contato físico entre as duas. Dureza, hein?!