Pizzolatti chega ao Fórum para júri popular sete anos após grave acidente em Blumenau

Começou o julgamento do ex-deputado federal João Pizzolatti em Blumenau. Acusado de tentativa de homicídio por conta de um grave acidente que se envolveu, o servidor público chegou ao fórum na manhã desta quarta-feira (28) acompanhado da esposa e dos advogados. O júri popular não tem horário para acabar.

Marcada para as 9h, a sessão iniciou quase pontualmente com o sorteio dos sete jurados — seis mulheres e um homem. Pizzolatti levou três advogados e, até a publicação deste texto, aproveitou algumas oportunidades para trocar informações ao pé do ouvido com o trio. Tranquilo, apresentou cinco nomes de testemunhas que poderão depor a favor dele. Promotor e assistente de acusação também inscreveram o mesmo número de testemunhas.

O acidente que Pizzolatti se envolveu em 2017 ocorreu na Rodovia Werner Duwe, a SC-421, que liga a cidade a Pomerode. À época, a colisão frontal deixou o motorista do outro carro, Paulo Santos, 30 anos, gravemente ferido e com queimaduras. Paulo esperou o início das oitivas em uma sala reservada e foi o primeiro a falar. Ele contou sobre o dia do acidente, as sequelas, a lenta recuperação e o fato de ter tido de processar o político para receber ajuda financeira.

Pizzolatti deve responder por tentativa de homicídio qualificado. Segundo consta no processo, ele afirmou ter ingerido bebida alcoólica antes de pegar o carro. Uma das estratégias da defesa será mostrar aos jurados que o ex-deputado cometeu um crime de trânsito, e não contra a vida, o que geraria uma pena muito mais branda.

Promotor do caso, Daniel Granzotto Nunes, sustentará que o ex-deputado deve ser condenado pela tentativa de assassinato com o agravante da embriaguez ao volante. O Ministério Público argumenta que mesmo depois da ingestão de bebida alcoólica, Pizzolatti conduziu o veículo dele e percorreu a rodovia em zigue-zague e alta velocidade até invadir a contramão e bater contra o carro de Paulo.