Produção artesanal de máscaras é opção para complementar a renda na crise

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Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o mundo se mobilizava para entender quais atitudes poderiam ser adotadas para diminuir o impacto do vírus, não só na saúde e bem estar da população, quanto na economia mundial. Uma das primeiras medidas adotadas foi a máscara de proteção individual. No início, a opção causou receio nas autoridades mundiais, visto que o equipamento estava em falta por ser voltado à rotina dos profissionais da saúde. A alternativa encontrada pelos órgãos de saúde pública foi a recomendação do uso de máscaras de tecido, produzidas artesanalmente.

O acessório passou a ser indispensável para a segurança da população, e até mesmo exigido por lei em algumas cidades brasileiras. Do dia para a noite, a demanda por máscaras disparou, afinal, o item foi incorporado repentinamente na rotina de milhares de brasileiros, principalmente por quem trabalha em contato direto com o público, como é o caso de Guilherme Bueno. Residente de Bombinhas, Guilherme trabalha como motorista de aplicativo. Para continuar trabalhando com o mínimo de segurança, optou por incluir em sua rotina o uso de máscara e álcool gel no carro.

Como as máscaras haviam sumido das prateleiras, a esposa de Guilherme, Angélica Mattia Bueno, decidiu tirar a poeira de sua máquina de costura, utilizada para pequenos reparos, e produzir artesanalmente o equipamento para a família. Nos dias seguintes, Angélica percebeu o interesse de familiares e conhecidos e decidiu anunciar a produção no Marketplace, ferramenta de compra e venda do Facebook. Na época, a produção chegou a 220 máscaras semanal.

O uso do acessório é apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais medidas de proteção e prevenção à propagação do vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, a utilização de máscaras de proteção facial, ainda que de pano, impede a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário no ambiente, funcionando como uma barreira física contra a propagação de COVID-19.

A costureira e artesã Maria Teresinha Nunes, de Camboriú, sentiu uma queda brusca na sua renda após o início da pandemia, e encontrou na produção de máscaras uma alternativa de renda. Segundo ela, a ideia surgiu após uma conversa com uma amiga do Paraná, e após a divulgação para algumas amigas e clientes, a procura disparou. “Uma cliente descobriu que eu estava fazendo máscaras e divulgou para seus vizinhos. Acredito que vendi para o prédio todo, pois teve muita demanda.” Maria Teresinha conta que desde essa primeira grande venda, a divulgação se deu pelo boca a boca, sendo seu principal método de faturamento. “Agora eu já estou intercalando a produção de máscara com minhas costuras e artesanatos, mas no início essa foi minha única fonte de renda.”

A formanda em Psicologia, Luciana de Souza Rosa, também encontrou na produção de máscaras um meio de manter-se economicamente. Segundo ela, mesmo recebendo normalmente, foi necessário buscar alternativas para equilibrar a queda financeira significativa sofrida pelos dois filhos. A produção de Luciana atende Porto Belo, Brusque e São João Batista, com a venda média de 310 máscaras por mês. “Atualmente estou produzindo inclusive para revenda e a divulgação foi principalmente boca a boca. Sempre estou com uma sacola de máscara na bolsa e vou mostrando para quem encontro”, explica.

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Foto de Luciana de Souza Rosa.

Mesmo sendo uma medida fundamental, vale lembrar que o uso de máscara de proteção facial é um complemento às outras medidas de prevenção ao COVID-19, e deve ser seguido por todos para que tenha o desempenho esperado.  Além disso, a população deve ficar atenta aos cuidados necessários durante e após o uso, como garantir que o equipamento cubra totalmente a boca e o nariz do usuário, realizar a troca de máscara após 4 horas de uso ou após perceber umidade no tecido, e evitar o toque na parte de tecido da máscara, encostando somente na parte de elástico. Após ser retirada, a máscara deve ser imediatamente higienizada.

Jornalista: Camila Diel Gomes