Santa Catarina ainda não tem um calendário para vacinar crianças de 3 a 4 anos contra a Covid-19. O Estado aguarda a aprovação do uso da vacina Coronavac pelo Ministério da Saúde, informou nesta quinta-feira (14) a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica).
A vacinação de crianças com idades entre 3 e 5 anos com o imunizante produzido pelo Instituto Butantan foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quarta-feira (13).
A decisão não tem muito efeito para as crianças com 5 anos, pois elas já são imunizados com a vacina pediátrica da Pfizer. Se aprovada, cerca de 194.635 crianças de 3 a 4 anos poderão tomar as duas doses da vacina Coronavac, de acordo com a Secretaria de Saúde de Santa Catarina.
A permissão da Anvisa, decidida por unanimidade entre os integrantes do órgão, prevê o uso emergencial com a aplicação das duas doses em intervalo de 28 dias apenas em crianças que não são imunocomprometidas.
As decisões sobre o PNI (Plano Nacional de Imunizações), no entanto, são competência do Ministério da Saúde. A pasta também é responsável pela distribuição das vacinas em todo o Brasil.
Pressão nos hospitais
A inclusão do grupo na campanha de vacinação é esperada também como saída para aliviar a pressão nos hospitais infantis de Santa Catarina. O Estado vem registrando longas filas de atendimento e ausência de leitos para todas as crianças doentes.
Dentre as doenças responsáveis pelo adoecimento das crianças estão a Covid-19, Influenza e demais doenças respiratórias sazonais. Hoje, menos da metade do público alvo de crianças de 5 a 11 anos tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina.
Os dados desta quarta-feira (13) do Vacniômetro mostram que 48,39% do público tomou o imunizante. Já a segunda dose foi tomada por apenas 29% do grupo.
Decisão ampara em estudos
Para a diretora Meiruze Souza Freitas, da Anvisa, relatora do pedido, a CoronaVac está aprovada em 56 países pela OMS (Organização Mundial da Saúde), teve cerca de um bilhão de doses aplicadas e tem contribuído para reduzir mortes e hospitalizações.
“Vacinar crianças de 3 a 5 anos contra a covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o novo coronavírus”, explicou.
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças.
As pesquisas foram realizadas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Instituto Butantan, além de entidades internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades médicas e das áreas de farmacovigilância e de avaliação de produtos biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da CoronaVac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no país.
Informações nd+
