Santa Catarina enfrenta um período de alta demanda de atendimentos nos hospitais públicos. O feriado de Carnaval, o aumento no número de visitantes na região do Litoral, a onda de calor e até mesmo o avanço da dengue são fatores que contribuem nessa elevação no número de atendimentos nas unidades hospitalares.
Na Grande Florianópolis, a Secretaria de Estado da Saúde admite que os hospitais administrados pelo governo do Estado estão trabalhando com alto número de pacientes, mas afirma que isso ocorre dentro do esperado para essa época do ano e que todos estão sendo prontamente atendidos.
“Apesar do volume de atendimentos, todos os pacientes estão sendo prontamente atendidos e não houve situação atípica relatada”, informou a pasta, em nota.
A Secretaria de Saúde lembra que a vocação turística da Grande Florianópolis chega a ter acréscimo de 2,5 milhões de pessoas, o que ajuda a explicar o aumento na demanda por atendimentos.
No Hospital Regional de São José, a unidade afirma ter uma alta taxa de ocupação, mas diz que a situação é considerada de normalidade e que o Carnaval não prejudicou os atendimentos. Na unidade, não há um diagnóstico responsável pela alta procura, a demanda é de pacientes com causas diversas.
O diretor Daywson Koerich afirmou que o hospital tem menos pacientes do que o registrado há algumas semanas. No início do mês, chegou a ter 89% de lotação nos leitos de enfermaria e 91% nas vagas de UTI.
Nesta terça-feira de Carnaval (13), segundo o painel de leitos do Estado, a ocupação era de 87% na enfermaria e de 85% nas UTIs.
O Estado destaca ainda ações tomadas nas últimas semanas para ampliar a estrutura de atendimento. Um exemplo é a reabertura de duas salas cirúrgicas no Hospital Governador Celso Ramos, o que aumentou em 30% a capacidade de funcionamento. Já o Hospital Regional de São José ganhou estruturas modulares para ampliar o setor de emergência e mais uma sala cirúrgica.
Segundo a Secretaria de Saúde, nos últimos 30 dias, dos 12,5 mil pacientes atendidos na emergência do Hospital Regional de São José, 4,8 mil foram classificados como casos de baixa complexidade, que poderiam ser resolvidos em unidades básicas de saúde e unidades de pronto-atendimento, as UPAs.
Casos de dengue sobrecarregam hospitais em Joinville
Em Blumenau e Joinville, o feriado de Carnaval registrou dificuldades no atendimento de hospitais. No Norte do Estado, a explosão de casos de dengue fez com que o Hospital Bethesda atingisse lotação nas unidades de pronto-socorro e enfermaria. A situação foi confirmada em um comunicado oficial da instituição de saúde divulgado na segunda-feira (12).
Com isso, a orientação passou a ser para que a população procure o local apenas em caso de urgência ou emergência, recorrendo às unidades básicas de saúde mais próximas de casa para outros atendimentos. A sobrecarga nas consultas influencia na demora no atendimento.
Segundo dados do painel da dengue da prefeitura, Joinville tem 982 casos confirmados e quatro mortes pela doença em 2024. No ano passado, Joinville chegou a ser a cidade do Brasil que mais registrou mortes por dengue.
Unidades de saúde fechadas aumentam demanda em Blumenau
Em Blumenau, os hospitais também enfrentaram lotação nos dias de Carnaval. No Santo Antônio, o maior da cidade com atendimentos pelo SUS, um vídeo mostrou pessoas no chão à espera de atendimento. No Hospital Misericórdia, na Vila Itoupava, também houve registro de alta procura por médico, e número de atendimentos até cinco vezes maior do que a média nos últimos dias.
A direção do Hospital Santo Antônio explicou que a média diária de atendimentos na segunda-feira foi de 455, quase o dobro do normal, que costuma ser de 250. Na unidade, a maioria dos casos também é indicada como sendo dos chamados casos ambulatoriais, solucionáveis em postos de saúde ou ambulatórios gerais.
Por conta do Carnaval, no entanto, todos os postos de saúde de Blumenau estiveram fechados e a cada dia apenas um ambulatório geral abria.
Na noite desta terça, a prefeitura de Blumenau respondeu que monitorou o atendimento no Ambulatório Geral da Velha (o único que ficou aberto nesta terça) e que a unidade operou sem intercorrências. O município também habilitou 300 novas teleconsultas médicas para que os pacientes que buscassem o serviço Alô Saúde fossem atendidos com brevidade.
Apesar disso, o município admitiu que o esquema de funcionamento no feriado sobrecarregou os hospitais.
“A Semus [Secretaria Municipal de Saúde] mais uma vez reconhece que o atendimento nesse período de Carnaval ficou prejudicado, afetando, inclusive, os hospitais, mas ressalta que reavaliará o formato do acolhimento para os próximos feriados, já que o planejamento era atender uma demanda semelhante à registrada nos fins de semana aqui no município”, explicou o órgão, em nota divulgada na noite desta terça.
