Trabalho remunerado pode reduzir declínio da memória das mulheres na velhice

Segundo sugere um estudo publicado este mês no periódico da Academia Americana de Neurologia, mulheres que trabalharam fora de casa ao longo da vida podem apresentar uma memória mais nítida na terceira idade.

O estudo avaliou cerca de 6 mil mulheres, na faixa dos 55 anos ou mais, durante 12 anos (entre 1995 a 2016). As participantes relataram suas experiências de emprego, casamento e maternidade entre as idades de 16 a 50 anos. Os relatos foram colhidos e analisados a cada dois anos.

O estudo levou em conta fatores como raça, nível de educação e condições sociais e econômicas durante a infância, a fim de identificar perfis semelhantes e avaliar as taxas de redução da memória.

O resultado demonstra uma diferença considerável na taxa de declínio da memória entre as mulheres que trabalharam e aquelas que não trabalharam fora de casa durante a vida adulta e a meia idade. Entre 60 e 70 anos, por exemplo, a taxa de declínio da memória entre as mulheres que não estavam inseridas no mercado de trabalho foi 50% maior em comparação às participantes que trabalharam fora.

Ou seja, mulheres que trabalharam por remuneração durante a vida adulta e meia-idade experimentaram taxas mais lentas de declínio de memória durante a velhice. O estudo também percebeu que a taxa de declínio de memória foi ainda mais lenta entre as mães solteiras que trabalhavam em relação às mães casadas que ficavam em casa.

A pesquisa demonstra que o trabalho pode ajudar a “exercitar” o cérebro, a partir do aprendizado constante, desenvolvimento de novas habilidades e interações sociais, por exemplo. Consequentemente, essas atividades fazem com que o indivíduo apresente um melhor funcionamento cognitivo ao longo da vida.

Entretanto, existem outros fatores que podem influenciar a nossa saúde cerebral, conforme alertam especialistas, como a prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável e uma boa rotina de sono.