Na sessão ordinária que aconteceu no dia 12 deste mês, o vereador Marcos Marques (Republicanos) apresentou um requerimento ao plenário da Câmara Municipal, pedindo ao Executivo a implantação de um programa de alfabetização de jovens e adultos no bairro Araçá.
Segundo o parlamentar, existe grande demanda no bairro por esse tipo de ação, visto que muitas pessoas na comunidade abandonaram a escola para ir trabalhar na pesca e, hoje, sentem a necessidade de retomar os estudos. Procurado por um desses munícipes, Marcos chegou a cogitar a criação de uma ação social, mas a ideia não seguiu adiante. Ele, então, decidiu pedir o apoio da Prefeitura.
De acordo com suas contas, pelo menos dez pessoas seriam beneficiadas com a iniciativa. Ele lembra que, por não saber ler nem escrever, esses moradores enfrentam desafios cotidianos. Não podem obter uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo, embora saibam dirigir. “Saber ler e escrever é dignidade, é poder ser cidadão”, resume.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em julho deste ano dados que mostram que, apesar da taxa de analfabetismo no país ter diminuído, os níveis baixam a passos lentos e cerca de 6,8% da população ainda não são alfabetizados. Essa porcentagem equivale a 11,3 milhões de brasileiros. Em Santa Catarina, o órgão publicou em maio de 2018 que 2,6% da população com 15 anos ou mais precisa de alfabetização, o que coloca o Estado no ranking da segunda menor taxa do país, atrás somente do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.
O projeto de Marcos está de acordo com a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a erradicação do analfabetismo até 2024. O plano descreve uma série de metas elaboradas pelo Ministério da Educação (MEC) para um período de dez anos, de 2014 a 2024. Apesar disso, o país não atingiu a primeira meta fixada, que era conseguir que 93,5% dos brasileiros com idade acima dos 15 anos fossem alfabetizados até 2015.
Texto: Bárbara Benetti/Assessoria Câmara PB
