Deltacron em SC: Após liberação do uso de máscaras, Saúde monitora variante

Após a confirmação de casos da variante Deltacron, da Covid-19, no Amapá e no Pará, a cepa do vírus acendeu um novo alerta sobre a pandemia. Embora A SES (Secretaria de Estado da Saúde) venha monitorando os alertas encaminhados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), nenhuma evidência da variante foi encontrada em Santa Catarina.

De acordo com a SES, não existem casos suspeitos da nova variante sendo investigados em Santa Catarina. O órgão ainda ressaltou que “até o momento não há evidências que sustentem um impacto na transmissibilidade, imunidade e severidade pela Deltacron”. Entretanto, com a liberação do uso de máscaras no Estado, voltam os debates sobre a contenção da pandemia.

Disseminação da doença

No último sábado (12), foi publicado no DOE (Diário Oficial da União), o decreto sancionado pelo governador Carlos Moisés sobre a liberação do uso de máscaras no território catarinense. Em um vídeo, Moisés se pronunciou sobre o assunto:

“Está chegando o grande dia de transformarmos as normas e obrigações em recomendações, incluindo o uso de máscaras, que não será mais obrigatório. Chegaram as vacinas no ano passado e vencemos essa batalham. Temos mais de 82% da população vacinada, isso nos dá segurança para que a gente possa retomar a normalidade na sociedade”.

Para o professor Lauro Mattei, coordenador-geral do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o assunto veio à tona exatamente no momento em que o mundo se encontra diante de nova incerteza em relação ao vírus.

Anunciada pela OMS em janeiro de 2022, a Deltacron já foi diagnosticada em 46 pessoas ao redor do mundo. “Tais fatos indicam claramente que a pandemia ainda persiste, sendo necessário manter as principais medidas preventivas”, diz Lauro.

Para o professor, as ações sanitárias devem ser mantidas “até que o percentual da população vacinada atinja um patamar capaz de frear a contínua propagação do coronavírus, inclusive das novas variantes que estão se disseminando pelo mundo”.

Vacinação é o remédio mais eficaz

Após a confirmação da cepa no país, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta terça-feira (15), que a melhor forma de combate à Deltacron é a vacinação.

“Se eu tivesse que indicar uma medida [para a contenção da variante], é a aplicação da dose de reforço, é importante. Se você não tomou, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima de onde você mora”, disse Queiroga durante pronunciamento no prédio do Ministério.

Ômicron representa 99,7% dos genomas sequenciados pela Fiocruz

A Rede Genômica Fiocruz divulgou na sexta-feira (11) uma atualização nos resultados das linhagens e variantes do vírus Sars-CoV-2 no Brasil. Os dados do relatório se referem ao período de 11 de fevereiro a 3 de março de 2022.

Em fevereiro, a variante Ômicron correspondeu a mais de 99,7% dos genomas sequenciados, ante 95,9% em janeiro e 39,4% em dezembro. A publicação indicou também que a circulação da subvariante BA.2, detectada no país no início de fevereiro, é considerada baixa.

Até o fechamento do relatório, foram registrados 21 genomas dessa linhagem. O Laboratório de Referência Nacional também sequenciou os genomas de primeira e segunda amostra de 10 casos de reinfecção relacionados à BA.1.

Nessas três semanas, o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do (IOC/Fiocruz) Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e os laboratórios integrantes da Rede Genômica Fiocruz nos Estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Pernambuco, produziram 2.971 genomas.

Desde o início de suas atividades, a Rede Genômica Fiocruz já produziu 560 relatórios, que totalizam 36.476 genomas sequenciados.