Com quatro mortes em dois dias, favela do Siri volta a preocupar polícias da Capital

As quatro mortes em dois dias na favela do Siri, no Bairro Ingleses, em Florianópolis, colocaram novamente a comunidade no alvo das polícias Civil e Militar. Mesmo com um trabalho conjunto com a prefeitura no final do ano passado para a demolição de residências construídas em áreas irregulares e usadas por traficantes, a criminalidade voltou a atuar com força. Oficialmente, nenhuma das corporações revela detalhes da investigação, mas a reportagem apurou com fontes que a ligação dos crimes com facções criminosas é a principal linha de motivação.

O primeiro assassinato, entre a noite de sexta-feira e o começo da madrugada de sábado, é do qual as polícias têm mais informações. O rapaz morto seria “olheiro” de uma facção criminosa. O papel dele era avisar os integrantes do grupo sobre a chegada da polícia. Como ele não teria cumprido sua função naquele dia, inclusive sendo abordado por policiais, foi assassinado. Um homicídio por motivação semelhante ocorreu na semana passada na Vargem do Bom Jesus, na comunidade conhecida como Vila União.

Já o triplo homicídio do domingo segue em apuração. Os três homens não foram identificados até agora. Dois dos corpos estavam em uma casa e o terceiro nas dunas das proximidades. Todos foram baleados com tiros na cabeça. Ainda não foi possível desvendar se eles faziam parte de alguma organização criminosa.

O tráfico no Siri é dominado por uma facção catarinense. Até o final do ano passado, a disputa contra um grupo paulista gerou mortes. Com uma ação das polícias e do poder público para a retirada de casas irregulares, os casos caíram consideravelmente. O local era considerado “controlado” e não entrava mais na lista das comunidades consideradas preocupantes. Há um mês, o líder do tráfico local foi preso no Paraná com um fuzil em uma parceria entre as polícias catarinense e paranaense.

Com as quatro mortes, o patrulhamento no local será intensificado, segundo o comandante do 21º Batalhão da PM, tenente-coronel Sinval Santos da Silveira Júnior. O trabalho na comunidade vai se estender durante a semana.

Com informações DC