Frio intenso em SC traz riscos de hipotermia e morte; saiba como reconhecer e o que fazer

hipotermia

Após um fim de semana com temperaturas elevadas, o frio intenso, com direito a neve, deu as caras em Santa Catarina nesta quarta-feira (28).

E já que a semana promete ser histórica, com a maior onda de frio dos últimos 66 anos no Estado, é fundamental manter-se aquecido e atento aos sintomas que indicam hipotermia, condição geralmente causada pela permanência prolongada em ambientes muito frios sem a devida proteção.

Segundo Rosani Ramos Machado, professora da graduação em Enfermagem da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a temperatura normal de uma pessoa deve ser entre 36ºC e 37,5ºC.

“A hipotermia é caracterizada pela temperatura corporal inferior a 35ºC, que acontece porque o corpo perde mais calor do que pode gerar”, explica a especialista.

Além da exposição equivocada ao frio em si, quadros de desnutrição,  doenças cardíacas, baixa atividade da tireoide e o consumo de bebidas alcóolicas em excesso, também podem levar à perda de temperatura corporal. Um profissional de saúde deve ser procurado imediatamente caso a hipotermia seja percebida.

 

Sintomas de hipotermia

A professora explica que a hipotermia e seus sintomas variam entre leve, moderada e grave. A mais branda registra uma temperatura corporal entre 33ºC e 35ºC. Na moderada, a variação fica entre 30ºC e 33ºC. Já o registro abaixo de 30ºC se caracteriza como grave.

  • Quadro de hipotermia leve: tremores, cansaço, pés e mãos frios e dormência nos braços e pernas;
  • Quadro de hipotermia moderado: tremores incontroláveis, respiração mais lenta e fraca, pulsação fraca e dificuldade com os movimentos;
  • Quadro de hipotermia grave: perda do controle dos braços e pernas, perda dos sentidos, respiração superficial, pulsação irregular e pupilas dilatadas. Neste estágio, podem acontecer apneia, com perdas momentâneas da respiração, e parada cardiorrespiratória.

Machado acrescenta que crianças, idosos, usuários de drogas e álcool são mais suscetíveis à hipotermia. “A melhor forma de evitar a hipotermia é se agasalhar bem, principalmente os grupos mais vulneráveis”, explica Rosani.

No caso das crianças, a professora indica mais alguns sintomas como a recusa alimentar, a apatia, a dificuldade de sucção durante a amamentação, a coloração vermelha brilhante na pele, náuseas e vômitos.

 

Cuidado redobrado com bebês

Segundo a professora, é importante ter uma atenção especial com os bebês, sobretudo se prematuros, por possuírem uma superfície corporal maior que seu peso e, por isso, perderem mais calor.

“O ideal é que bebês usem gorros porque pela cabeça o bebê pode chegar a perder até 20% da sua temperatura corporal. Também é importante mantê-los em ambientes aquecidos e com roupas secas”, finaliza.

Por ND+