Lula fala em candidatura e ataca Bolsonaro: “Fascista e genocida”

Ex-presidente Lula participa da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou disposição de concorrer às eleições de 2022 para disputar contra Jair Bolsonaro, a quem chamou de “fascista” e “genocida”.

Em entrevista realizada na noite de quinta-feira (15) à emissora argentina C5N, ao ser questionado sobre a possibilidade de concorrer às próximas eleições presidenciais, Lula disse: “Se for necessário derrotar um fascista como Jair Bolsonaro, serei candidato a presidente”.

As declarações ocorreram depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou ontem a decisão que anulou as sentenças proferidas em primeira instância contra o ex-presidente, de modo que ele recuperou todos seus direitos políticos.

A decisão do STF foi tomada por oito votos a três e apoiou a posição do ministro Edson Fachin, que, em março, havia anulado por medida cautelar as sentenças contra Lula.

O ex-presidente destacou que, antes de avaliar sua participação em um novo processo eleitoral, será “preciso conversar muito com as demais forças políticas de centro e de esquerda”, em um processo semelhante ao realizado por Alberto Fernández para ser eleito presidente da Argentina.

No entanto, Lula voltou a dizer que pode apoiar outro nome para concorrer à Presidência.

– Tenho 75 anos, estou bem de saúde, estou bem fisicamente, mas não tem que ser eu. Podemos escolher alguém que possa representar os interesses progressistas do país – disse o ex-presidente.

O petista culpou Bolsonaro pela situação da pandemia no Brasil e o acusou de ser o maior responsável pelas mortes por Covid.

– Nunca imaginei ter no Brasil um presidente fascista e genocida. Ele é o maior responsável pelas mortes da pandemia. Ele não cuidou do povo nem comprou vacinas – afirmou.

Lula também acusou Bolsonaro de pensar apenas nos militares.

– A democracia tem que voltar ao Brasil e espero poder participar de um processo que restaure a esperança ao país – encerrou o petista.