MPF denuncia presidente da Alesc e mais cinco pessoas por lavagem de dinheiro

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O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina denunciou à Justiça Federal seis pessoas por lavagem de dinheiro na Operação Alcatraz. Uma delas é o atual presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Julio Garcia (PSD), ex-conselheiro do Tribunal de Costas do estado. O documento, que corre em segredo de Justiça, foi protocolado na última segunda-feira (14) na Justiça.

Além de Garcia, entre os denunciados estão familiares dele e um empresário que atuaria como operador financeiro, segundo divulgou o MPF. O presidente da Alesc informou que não teve acesso à denúncia e que só deve manifestar após ter acesso ao material.

A denúncia foi resultado de uma força-tarefa em novo desdobramento da operação deflagrada em maio de 2019 para investigar possíveis fraudes em processos licitatórios. Em outubro do ano passado, Garcia foi denunciado pela Polícia Federal por quatro crimes na investigação sobre supostas irregularidades dentro da secretaria de Administração do Estado.

O MPF denunciou as seis pessoas à Justiça por lavagem de dinheiro. “Por ocultarem a origem, disposição, movimentação e propriedade de recursos oriundos de propinas recebidas em licitações e contratações fraudadas e de bens adquiridos com esses valores”, informou o MPF.

O valor a ser reparado, pelo pedido do MPF na Justiça, é de R$ 2,3 milhões, segundo apurado pela investigação. Entre os bens adquiridos que a denuncia aponta estão apartamentos, terreno e 103 vagas de garagem em prédio comercial. O MPF aponta ainda uma “conta corrente” entre Garcia e o operador financeiro onde seria controlada a entrada de propina.

Ainda de acordo com a denúncia, Júlio Garcia usava sua influência para indicações e obter vantagens nos processos licitatórios. O MPF diz ainda que os recursos de lavagem de dinheiro são de licitações e contratações fraudadas, algumas super faturadas, realizadas até 2018.

A Operação Alcatraz foi deflagrada em maio de 2019 para investigar supostas fraudes em licitações, desvio de dinheiro e superfaturamento de contratos de prestação de serviço de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do governo do estado.

Na época que foi deflagrada a operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão, entre empresários e agentes públicos, sendo sete preventivas e quatro temporárias, e 42 mandados de busca e apreensão, em órgãos públicos, empresas e residências, na capital, São José, Antônio Carlos e Ituporanga, bem como na cidade paulista de Vinhedo.