O cérebro também envelhece: como frear os efeitos do tempo na nossa mente?

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A busca pela jovialidade não é apenas porque não gostamos das rugas e das marcas do tempo, mas também para evitar as inúmeras doenças ou dificuldades relacionadas ao desgaste do cérebro, um órgão que também sofre os efeitos do envelhecimento. A população de idosos tende a aumentar. Segundo estimativas, a população europeia com mais de 80 anos vai triplicar até o ano de 2050. E apesar de já existir uma “fonte da juventude” estética, existe algum truque ou procedimento que pode reduzir os danos do tempo ao nosso cérebro?

O envelhecimento poderia ser definido como o conjunto de mudanças que ocorrem com a idade e provocam uma diminuição de nossas capacidades fisiológicas, motoras e cognitivas. É um processo gradual e inevitável e ocorre ao longo de nossas vidas. No entanto, pode ser desencadeado por algumas doenças ou abuso de substâncias, e o mais importante: pode ser prevenido.

Conforme a idade avança, o tamanho do cérebro diminui; perdemos neurônios e a produção de hormônios e neurotransmissores se altera. No entanto, a mudança mais importante é a perda de muitas conexões entre os neurônios, células de vida longa que não se dividem e, portanto, dificilmente se regeneram.

Para frear o envelhecimento do nosso cérebro, alguns hábitos e cuidados são fundamentais para envelhecer de forma saudável. Manter a mente ativa e exercitar o cérebro podem ser ferramentas importantes para uma maturidade saudável. Estudos realizados pelo Instituto Karolinska, na Suécia, mostraram fortes evidências de que é possível retardar os sintomas do Mal de Alzheimer com exercícios físicos, exercícios para o cérebro, interações sociais e alimentação rica em frutas e vegetais, além do monitoramento dos mesmos fatores de risco das doenças cardiovasculares.

Um dos hábitos mais importantes a serem desenvolvidos é uma rotina que promova um sono reparador e de qualidade. Enquanto dormimos, o espaço que existe entre os neurônios aumenta, facilitando sua limpeza e seu bom funcionamento. A prática de exercício físico com regularidade também é importante para diminuir os efeitos do envelhecimento. Estudos clínicos indicam que a atividade física com intensidade moderada tem um papel neuro protetor, desacelerando a diminuição do volume cerebral e melhorando suas funções. O exercício aeróbico melhora a função cognitiva, não apenas durante o envelhecimento, mas também em pessoas que sofrem de doenças neurodegenerativas.

Além desses cuidados básicos, foi comprovado também que as pessoas com nível educacional mais alto ou que mantêm uma certa atividade intelectual, como ler, estudar ou adquirir novas habilidades, têm uma menor predisposição a desenvolver demência. A base desta neuro proteção está associada a uma formação de novas conexões entre os neurônios.

Para a manutenção da saúde cerebral, é necessário também evitar outras práticas, como o consumo de bebidas alcoólicas, uso de tabaco e a má alimentação. Hipertensão, aterosclerose e níveis elevados de colesterol aumentam as chances de desenvolver falhas cognitivas, derrame e demência. Além disso, diabetes e obesidade afetam o metabolismo da glicose e geram resistência à insulina. Ambas as alterações podem causar danos crônicos aos neurônios e acelerar o envelhecimento do cérebro.

Não existe um segredo, a chave para manter um cérebro jovem e saudável é a mesma que para o resto do corpo. Ou seja, precisamos manter uma alimentação saudável, dormir o suficiente, evitar o consumo excessivo de álcool, evitar o fumo e o estresse, praticar exercícios físicos moderadamente e evitar o desenvolvimento de outras doenças ou, pelo menos, mantê-las sob controle.

Mantenha a mente ativa: para ter a cabeça saudável é necessário se organizar e estimular o cérebro. Procure manter em sua rotina atividades que mexem com a mente e que saiam da rotina. Para ampliar a capacidade de aprendizado, uma das atitudes mais importantes, principalmente após os 60 anos, é estar aberto a aprender habilidades novas e evoluir as já conhecidas. Matricule-se num curso ou volte a estudar. Leitura, jogos de tabuleiro, palavras cruzadas, jogos de lógica e até videogames também estimulam a atividade cerebral.