Outubro Rosa alerta para a importância da prevenção do câncer de mama

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, foram estimados que nesse ano de 2022, sejam diagnosticados 66 mil novos casos de câncer de mama, o que representa uma taxa de incidência de 43 casos a cada 100 mil mulheres. Vale destacar que, excluindo os tumores de pele, o câncer de mama é o mais incidente entre mulheres no Brasil.

Além disso, o câncer de mama aumenta com a idade e a maioria dos casos ocorre a partir dos 50 anos.  Lembrando que os homens também desenvolvem este tipo de câncer, mas estima-se que a incidência neles represente apenas 1% de todos os casos de câncer de mama. Esses dados são importantes para ressaltar a relevância do câncer de mama e programar ações para prevenção da doença.

Segundo a médica ginecologista e obstetra, Ana Paula Fagundes, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM, é fundamental que as mulheres conheçam o próprio corpo e fiquem atentas, pois é normal sentir algumas ondulações, mas é preciso tomar uma atitude imediata quando houver algo diferente.

“Em casos de alterações como a presença de um nódulo na mama, endurecido e geralmente indolor, alterações no mamilo, nódulos nas axilas, saída espontânea de secreção da mama, pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, é hora de procurar uma avaliação médica”, alerta.

De acordo com o Ministério da Saúde, a recomendação é fazer o exame em mulheres a partir dos 50 anos de idade, a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que toda mulher a partir dos 40 anos realize a mamografia anualmente. Essa orientação é baseada em estudos que mostram que 25% das mulheres têm câncer de mama na faixa etária entre os 40 e 50 anos de idade.

A ginecologista lembra que, “a mamografia é o exame mais eficiente para identificar alterações que podem representar um sinal precoce de malignidade, inclusive nódulos menores que um centímetro, que não são palpáveis clinicamente”. O exame é, ainda, a melhor forma de diagnóstico precoce do câncer de mama, já que aumenta as chances de cura em até 95% dos casos.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Conforme explica a médica Ana Paula Fagundes, algumas medidas simples, como ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e realizar os exames preventivos, como a mamografia, auxiliam na prevenção do câncer de mama e ainda, amamentar também é considerada um fator protetor.

Segundo ela, atualmente é adotado um conceito de saúde preventiva. “Muitas mulheres não realizam a mamografia com medo de identificar alguma alteração, mas é importante entender que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, frisa a especialista.

No que se refere ao tratamento da doença, nos últimos anos tiveram avanços importantes no tratamento do câncer de mama, principalmente no que diz respeito a cirurgias menos invasivas. Hoje é possível tratar o câncer de duas formas: o tratamento local com cirurgia e radioterapia e o tratamento sistêmico, com quimioterapia e hormonioterapia.

“O tratamento e o prognóstico variam de acordo com o estágio da doença, as características da lesão e as condições da paciente”, lembra a médica. “Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial de cura. Em casos mais avançados, quando existe doença a distância, que chamamos de metástase, o tratamento tem o objetivo de prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida da mulher”, completa.

Quando tem um diagnóstico de câncer de mama, é normal que a paciente e todos que convivem com ela fiquem conturbados em um primeiro momento. No entanto, é preciso entender que poderá ter altos e baixos ao longo do tratamento, a família precisa estar forte para dar apoio à mulher. “Carinho e atenção são os primeiros cuidados que as pessoas próximas devem ter. Outra forma de ajudar é buscar informações sobre a doença e os direitos da paciente, se inteirar sobre os tratamentos, as possibilidades de cura e desmistificar a doença”, relembra a médica.

Em todas as cidades, algumas instituições como a Rede Feminina de Combate ao Câncer, além de outras ONGs contribuem com apoio a essas mulheres com empréstimo de perucas, lenços e apoio emocional. Centros de tratamento, também fornecem suporte às pacientes, para que superem a doença com otimismo e força para chegar à cura.