“Período da pesca artesanal da Tainha”, O que pode e o que não pode fazer!

Fala Galera! Na coluna de hoje vamos abordar o máximo de informações possíveis sobre esse assunto tão complexo e delicado que muitas vezes causam atritos entre pescadores, surfistas, e demais praticantes de esportes náuticos. O Jornal O Atlântico obteve com exclusividade informações preciosas a respeito do período da pesca artesanal da tainha, com os amigos Joabe Linhares (Interpraias BC, que é surfista, fotógrafo e pescador) e com o Sr. Marcos Adelçon (Pescador responsável pelo Rancho do Adelçon).

Praia do Estaleiro foto: Joabe Linhares/InterpraiasBC

Durante os dias 01 de maio a 15 de julho acontece oficialmente a pesca artesanal da Tainha em Santa Catarina. Em Itapema, a tradição atravessa gerações e vários pescadores mantém o sustento familiar com a prática. É comum passar pela orla e observar os pescadores, que mantém os olhos atentos ao mar, aguardando uma boa safra do saboroso pescado. Itapema possui cinco pontos permitidos para a pesca: Canto da praia; Centro e três pontos localizados no bairro Meia Praia. Entre os meses de maio a julho, imensos cardumes de tainhas se aproximam da costa catarinense São peixes costeiros de águas tropicais e subtropicais que saem das águas frias do estado do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para desovar. A pesca da tainha é um dos maiores eventos culturais do litoral Catarinense sendo uma tradição indígena que se mantem até os dias de hoje graças às famílias de pescadores e moradores do lugar. Mas nem tudo são flores, os pescadores (que por lei são protegidos nessa época) enfrentam problemas quase todos os dias na praia, com pessoas desavisadas que insistem em praticar esportes náuticos e que acabam atrapalhando o trabalho dos pescadores.

Segundo o Sr. Marcos Adelçon os maiores problemas são os surfistas, SUPistas, motoristas de moto aquática (JetSki) e até mesmo os próprios pescadores com Bateiras a motor, que não respeitam a área demarcada para a pesca artesanal, que é de 1800m da areia da praia.

“É PROIBIDO até entrar na água nessa época! Qualquer vibração na água espanta a tainha. Aí elas vão embora e ficamos sem nosso peixe. É complicado, a fiscalização não dá conta. É uma tremenda falta de respeito com a gente, que tem família, acorda cedo, espera por horas e até dias a tainha encostar pra fazermos o cerco.” Desabafa Marcos Adelçon, que é pescador artesanal nativo de Itapema.

Via “Whats app” Joabe Linhares conversou conosco e falou a respeito da tradição da pesca da tainha no nosso litoral, dos “também “problemas relacionados aos esportes náuticos e sobre o tradicional evento “ARRANCADÃO DE CANOAS ARTESANAIS DE BALNEÁRIO CAMBORIU”, no qual faz parte da organização.

“A pesca artesanal da tainha no estado de Santa Catarina, começou no dia 1 de maio e termina no dia 15 julho, com toda essa crise mundial na saúde, com certeza será um ano diferente para todos pescadores artesanais do litoral catarinense, cuidados redobrados é o assunto principal, como lavar as mãos, uso de máscara, álcool em gel, e manter uma distância sem aglomerações, a maioria dos pescadores são mais antigos, e com muito orgulho ainda mantém a tradição viva.” Relatou Joabe.

Balneário Camboriú hoje conta com 9 pontos de pesca artesanal, 3 na Praia Central, Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras, Pinho, Estaleiro, Estaleirinho, esse ano os pescadores foram contemplados com tendas de apoio e banner com informativo da pesca, além de uma lancha para fiscalização por água.

Em relação aos problemas Joabe também alerta sobre as atividades náuticas que são proibidas nesse período de 2 meses e meio. Reforça o respeito que temos que ter para com os pescadores locais, que garantem o sustento de suas famílias nessa época do ano. E dá uma importante sugestão de melhorias, como a adesão de sistema de bandeiras nas praias, identificando claramente se o mar está liberado para práticas esportivas ou se está liberado apenas para a pesca. Sobre atividades na areia como: caminhada, exercícios, vôlei e futebol, ficam liberadas, desde que não entrem na água nem pra tomar banho. Pois podem espantar a tainha, que é sensível a essas vibrações.

Joabe, que é surfista, também organiza um evento muito legal e bastante tradicional aqui da nossa região. O “Arrancadão de Canoas Artesanal de Balneário Camboriú”

” Tem dois eventos importantes, que fortalecem a cultura da Pesca Artesanal da Tainha, Saragaço em Bombinhas e o Arrancadão de Canoas Artesanal de Balneário Camboriú, com toda essa crise na saúde Mundial, os eventos estão em espera de confirmação, são eventos maravilhosos, e muito importantes. Mantendo a tradição viva no litoral catarinense” diz Joabe.  E finaliza: “Esse ano promete ser um ano muito abençoado, por ser um ano bissexto, acreditando em uma boa safra”.

A dica que nós da página NAS ONDAS DO ATLÂNTICO damos é que o respeito e o bom senso imperem nessa época. Se o mar está “STORM” ou muito grande, uma boa conversa com os pescadores é muito bem vinda, todos estão disponíveis e receptivos para um bom relacionamento. Desde que não falte respeito e nem educação. De ambas as partes.  Afinal o período é curto, e garanto que todos gostam de comer uma tainha fresquinha. Então vale muito a pena respeitar quem traz elas pro nosso cardápio. Aqui em Itapema o único pico que está liberado para a pratica do surf é o PLAZA. Os demais estão FECHADOS.  A região da INTERPRAIS está toda FECHADA para o surf.  Na praia Central de Balneário, MAXIM E MARAMBAIA ESTÃO ABERTOS.  PRAIA BRAVA DE ITAJAI E NAVEGANTES TAMBÉM ABERTOS.

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