Pinguins reabilitados são devolvidos à natureza em Florianópolis

10 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) em reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM) foram soltos na praia do Moçambique, em Florianópolis.

As aves marinhas estavam sob os cuidados da Associação R3 Animal, através do Projeto de Monitoramento de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), e eram remanescentes da temporada do ano passado. O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Paraty/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em 2018, desde que começaram a chegar os primeiros pinguins-de-Magalhães – meados de outono e início do inverno – foram reabilitados e soltos pela R3 Animal 64 aves desta espécie.

De acordo com a presidente da R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS em Florianópolis, a médica–veterinária Cristiane Kolesnikovas, este grupo de 10 pinguins não foi solto antes porque estavam em muda de penas. “Durante a muda o pinguim perde a impermeabilização das penas o que impossibilita a soltura”, explica Cristiane.

Deste grupo de pinguins, três foram resgatados pela equipe da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) responsável pelo monitoramento do Trecho 4 do PMP-BS, três pela UDESC/Laguna responsável pelo monitoramento do Trecho 1 do PMP-BS, três pela Univille responsável pelo monitoramento do Trecho 3 do PMP-BS e um pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) responsável pelo monitoramento do Trecho 7 do PMP-BS, instituições que também executam o PMP-BS.

Os pinguins-de-Magalhães nos visitam todos os anos. Na proximidade do inverno no hemisfério sul, eles deixam as colônias na Patagônia, na Argentina, e rumam ao norte em busca de alimento. É comum que algumas aves não consigam retornar às colônias de origem e são encontradas mortas em nossas praias. Outras, chegam às praias cansadas, debilitadas, desidratadas, muitas com quadro de pneumonia, e necessitam de cuidados. A maioria dessas aves é juvenil, em seu primeiro ano de vida, e encaram a primeira viagem migratória.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo da Petrobras na Bacia de Santos sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos.