Santa Catarina registrou cerca de 22 casos de furto ou roubo de veículos por dia ao longo do ano passado. No período, ao menos 8.161 ocorrências dos crimes chegaram ao conhecimento da Polícia Civil, envolvendo carros, motocicletas e caminhonetes, além de caminhões, ônibus e até tratores.
Os dados foram cedidos pela Secretaria de Segurança Pública catarinense (SSP-SP) ao NSC Total. A reportagem verificou que dez modelos concentraram 3.612 casos, ou seja, quase metade do total (44%).
O top-10 mais visado pelos criminosos é quase todo formado por modelos de motos e carros populares, que também lideram os rankings dos veículos mais vendidos e, portanto, têm maior circulação nas ruas.
Há uma exceção na lista, contudo, ao menos no que se refere à faixa de preço que integra: a Toyota Hilux, que é líder de vendas em sua categoria, mas tem valor de mercado acima de R$ 300 mil em versões mais novas. Ao longo de 2023, o Estado teve 233 furtos e roubos envolvendo o modelo, o sexto mais visado.
Quadrilha especializadas
Ainda no ano passado, Santa Catarina chegou a ter duas operações policiais para combate a quadrilhas especializadas em furtos de caminhonetes: a chamada 4×4, em Balneário Camboriú, e a Latronis, contra crimes praticados em Barra Velha, ambas no Litoral Norte catarinense.
— Na operação 4×4, era contra um pessoal que estava furtando caminhonetes Hilux e levando elas para outros países, especialmente o Paraguai. Lá elas serviam de moeda de troca ou eram vendidas para quadrilhas envolvidas com tráfico de drogas, de armas e de cigarros — explica à reportagem, o delegado Diego Azevedo, à frente da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV/DEIC).
— É um pessoal especializado, inclusive com equipamentos de alta tecnologia para módulos, para chaves decodificadas, para conseguir ligar as caminhonetes, e também com equipamentos para bloquear rastreadores, que a gente chama de jammer. Ele liga esse equipamento e, se o veículo furtado tiver rastreador, bloqueia o sinal, e não é possível rastreá-lo — emenda o delegado.
Já carros menores e motocicletas, segundo o policial, têm sido furtados e roubados para abastecer um mercado ilegal de peças, após os veículos serem levados para desmanches em grandes cidades.
Mais recentemente, a delegacia especializada realizou uma operação contra um desmanche de motos em São José, na Grande Florianópolis, na última quarta (24). Na ocasião, foi encontrada uma motocicleta furtada e outras três com marcadores raspados. Três investigados foram presos em flagrante, pelos crimes de associação criminosa, adulteração de sinal identificador de veículo e receptação qualificada.