CPI dos Respiradores tem sessão tumultuada na Alesc

O secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, foi o único ouvido pelos membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Respiradores, nesta terça-feira (7).

Durante o depoimento de Tasca houve discussão acalorada por diversos momentos entre ele e os membros da CPI. “O secretário veio para fazer propaganda sobre o governo. Eu não vou escutar ele fazer propaganda enganosa do governo”, disse Milton Hobus, em um dos momentos.

De acordo com a investigação, ele foi responsável por criar o grupo de WhatsApp com o objetivo de auxiliar o Estado na compra dos equipamentos e insumos. Conforme os parlamentares, o secretário participava ativamente do grupo.

O deputado Kennedy Nunes questionou se o secretário acredita que houve omissão de Márcia Pauli no grupo. Tasca respondeu que “não teria como afirmar. O grupo estava lá para ela tirar a dúvida que ela tivesse. Como não surgiu nenhuma dúvida, ela seguiu o processo com o conhecimento que ela tem”.

“Além de um erro administrativo, tudo indica uma organização criminosa que se aproveita de um cenário conturbado para praticar um crime”, disse o secretário.

Instalada há dois meses, a comissão investiga a compra com dispensa de licitação de 200 respiradores pela SES, em março deste ano, junto à Veigamed, mediante o pagamento antecipado de R$ 33 milhões. Os equipamentos não foram entregues.

Testemunha dispensada

Por solicitação de Naatz, a CPI dispensou a oitiva do ex-superintendente de gestão administrativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Vanderlei Vanderlino Vidal.

O relator entendeu que a testemunha, que deporia nesta terça, havia permanecido pouco tempo no cargo e que seu depoimento pouco acrescentaria à investigação.

CPI deve encaminhar perguntas ao governador

O relator da CPI dos Respiradores, deputado Ivan Naatz (PL), afirmou durante a reunião, que deve encaminhar ainda nesta quarta (8) as perguntas dos membros da comissão ao governador Carlos Moisés da Silva referentes à investigação.

Conforme o presidente da comissão, deputado Sargento Lima (PSL), a Casa Civil do Governo do Estado encaminhou à CPI ofício no qual indica que Moisés quer se manifestar de forma escrita.

No dia 9 de junho, os deputados haviam aprovado requerimento com a oitiva do governador, mas a Procuradoria Jurídica da Alesc informou que Moisés poderia optar pela maneira como gostaria de ser ouvido.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) já havia se manifestado que o chefe do Poder Executivo, por suas prerrogativas, não poderia ser convocado pela CPI, podendo prestar informações apenas por escrito.

Por ND+