Os impactos ambientais do alargamento da praia de Balneário Camboriú

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O alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú deve, sim, trazer diversos impactos ambientais para a orla. Mas, conforme a secretária de Meio Ambiente da cidade, Maria Heloisa Lenzi, todos os impactos foram medidos e analisados pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente) durante o processo de licenciamento da obra.

“Impactos existem em toda obra. Desde o barulho, ruído sonoro, até o impacto na fauna, na qualidade do ar, da água. As conchas, por exemplo”, explica. Segundo Lenzi, tudo isso foi medido e, para tentar diminuir esses impactos, projetos ambientais foram criados.

Conchas ‘misteriosas’ apareceram no alargamento da praia de Balneário Camboriú – Foto: Dariane Peres

Assim que as conchas apareceram na praia, a equipe analisou estes itens para saber se os animais que normalmente ocupam as conchas estavam lá ou não. Mas, segundo a secretária, esse material foi retirado de uma camada no fundo do mar, onde os animais já não estão mais. Portanto, não houve impacto aos moluscos e outros animais que “moram” nestas conchas.

A secretária explica que uma equipe multidisciplinar, com 50 profissionais de 14 áreas foi contratada para fazer o levantamento dos impactos ambientais, estudo necessário para obtenção das licenças.

O início dos estudos para o licenciamento foi em 2012, e, para Lenzi, foi tão rigoroso que o processo no IMA começou apenas dois anos depois, em 2014. O processo ainda continuou lento, com uma análise minuciosa do órgão estadual, que liberou a primeira licença apenas em 2018.

 

Projetos ambientais

Segundo a secretária, para mitigar os impactos ambientais, estão planejados 21 projetos ambientais, a serem implantados ao longo de 36 meses.

Além disso, uma equipe de biólogos trabalha embarcados na draga, acompanhando os impactos, em especial na fauna marinha. “Por exemplo, quando a equipe avista um animal marinho, a draga para de funcionar, desliga os motores, até o animal passar”, explica.

“Mas o maior impacto será positivo. Com a obra, também teremos a recuperação da restinga. Já estamos com processo licitatório para contratar uma empresa que vai plantar as plantas nativas da restinga”, explica. Serão 66 mil mudas que devem ser plantadas ao longo da praia.

 

Mar vai ficar mais fundo?

Com o alargamento da praia, dúvidas surgem também em relação ao impacto no mar, para banhistas. Em Canasvieiras, praia que também foi alargada em Florianópolis, diversos afogamentos foram associados à obra. A causa associada seria um “degrau” formado pela areia, o que daria a impressão que o mar está mais fundo.

Para Maria Heloísa Lenzi, o degrau pode, sim, ser percebido em um primeiro momento. Isso porque há um limite até onde o maquinário, que espalha a areia e cria essa “rampa” com o mar pode chegar.

“Mas a gente está torcendo para, assim que acabar a obra, termos uma ressaca bem grande. Assim, o mar vai se encarregar de dar os toques finais, espalhar a areia e diminuir o degrau”, conta.

Além disso, uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar foi feita para que se evite, ao máximo, afogamentos durante a temporada de verão. A partir do fim das obras, os bombeiros devem reforçar o monitoramento na Praia Central, que também deve ser toda sinalizada.

A expectativa para o término das obras é em outubro. O alargamento tem avançado a passos largos, cerca de 100 metros por dia. A Praia Central tem uma extensão total de 6 quilômetros.

Por ND+