Metade dos países não teve redução de fumantes jovens de 15 a 24 anos

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Em metade dos países do mundo, o número de jovens fumantes de 15 a 24 anos não diminuiu de 1990 a 2019. O dado faz parte de três estudos publicados no último dia 27 de maio nos periódicos The Lancet e The Lancet Public Health. Juntas, as três pesquisas fazem um panorama amplo do tabagismo em 204 países.

Os autores da colaboração Global Burden of Disease (GBD), liderada por cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que nove em cada 10 pessoas que fumam cigarro ao redor do mundo adquiriram o hábito em média aos 25 anos de idade. Aproximadamente 89% dos fumantes atuais, inclusive, começaram a usar a droga pela primeira vez justamente nessa idade.

Já dois terços dos tabagistas aderiram à prática aos 20 anos. Mas, analisando os jovens de hoje, a idade média na qual começam a fumar regularmente é aos 19 anos. Isso aponta que existe uma janela de faixa etária crítica na qual as pessoas podem desenvolver um possível vício em nicotina.

Não por acaso, em 2019, a estimativa é de que havia 155 milhões de fumantes com idades entre 15 e 24 anos, sendo 20,1% dos homens e 5% das mulheres de todo o mundo. Em 12 países e territórios, como Bulgária, Croácia, França, Chile, Turquia e Groenlândia, mais de um em cada três jovens são fumantes.

Nações como Índia, Egito e Indonésia tiveram os maiores aumentos absolutos no número de jovens do sexo masculino que fumam. Já o crescimento no número de jovens fumantes mulheres foi maior na Turquia, Jordânia e Zâmbia.

O país no qual os jovens começam a fumar mais cedo é a Dinamarca, com idade de início estimada em 16 anos. Por outro lado, no leste e sul da Ásia e na África Subsaariana, essa iniciação é mais “tardia”, por volta dos 22 anos. “(…) Com as altas taxas de cessação ainda evasivas em todo o mundo, a epidemia do tabagismo continuará nos próximos anos, a menos que os países consigam reduzir drasticamente o número de novos fumantes começando a cada ano”, analisa Marissa Reitsma, autora principal dos estudos, em comunicado

 

Panorama global

As novas pesquisas alertam ainda para o fato de que o número de fumantes aumentou também de modo geral no planeta: em 2019, eram 1,1 bilhão de pessoas, com o tabagismo causando 7,7 milhões de mortes naquele ano. O vício foi a causa da morte de um a cada cinco homens.

Aproximadamente 87% das mortes atribuíveis ao fumo ocorreram entre fumantes atuais, mas 6% delas aconteceram entre indivíduos que haviam parado de fumar há pelo menos 15 anos.

Desde 1990, o número de homens fumantes diminuiu em 27,5%. Já entre as mulheres, essa queda foi maior, de 37,7%. Ainda assim, em 20 países houve aumento na quantidade de pessoas do sexo masculino que fumam e 12 nações apresentaram crescimento nas taxas de mulheres usuárias de tabaco.

Os 10 países com maior número de fumantes em 2019 foram: China, Índia, Indonésia, EUA, Rússia, Bangladesh, Japão, Turquia, Vietnã e Filipinas.