SC registra o dobro de mortes de crianças com avanço da Covid-19 em 2021

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O número de crianças mortas devido à Covid-19 dobrou desde o ano passado em Santa Catarina. Em 2020, 11 crianças de até 12 anos foram vítimas da doença, enquanto em 2021 o número chegou a 20, em apenas seis meses do ano, totalizando 31 vítimas.

Especialista explica que o número de mortes é proporcional ao avanço da doença em todas as faixas etárias.

Os dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que 33.315 crianças de 0 a 9 anos foram infectadas com a doença no Estado, além de 69.825 na faixa entre 10 a 19 anos.

O pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, aponta que isso é um reflexo do aumento de casos de Covid-19 em todas as idades. “Consequentemente, mortes, além de casos graves e moderados, também aumentaram entre as crianças. Os dados refletem o aumento global”, diz.

 

Matriz de risco

A nova matriz de risco divulgada pelo governo estadual no último sábado (19) mostra apenas a região Nordeste em nível grave em relação à Covid-19. Todas as demais continuam em risco gravíssimo no mapa.

As mortes pela Covid-19 são outra dimensão analisada e que preocupa no momento, já que a maioria das regiões apresenta alto número de vítimas pela doença. Apenas o Nordeste e a Grande Florianópolis estão em situação menos alarmante.

Contudo, não foi registrado um deslocamento de prevalência da doença em uma idade maior ou menor. Conforme o médico, “estamos mantendo e até diminuindo um pouco, proporcionalmente, os casos graves”.

No total, há 1.032.128 casos da doença confirmados desde o início da crise sanitária em Santa Catarina. Desses, 16.436 resultaram em mortes.

“Se somar os casos de menores de 20 anos hospitalizados por Covid-19, representa 1,4% do total de pacientes da doença. Do total de mortes, 230 mil no país neste ano, apenas 0,33% foram nessa faixa etária”, explica.

Os dados são feitos com base no último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.

No Brasil, o número total de infectados menores de 1 ano de idade é de 2.855 (0,4%); de 1 a 5 anos somam 2.617 (0,38%) e os casos de 6 a 19 anos representam 4.401 (0,63%).

São 232 mortes de menores de 1 ano pela doença. Já na faixa de 1 a 5 anos esse número chega a 123. De 6 a 19 anos, salta para 418 mortes, conforme os dados do Ministério da Saúde apresentados pelo infectologista.

 

Fatores de risco e comorbidades

As crianças são raramente acometidas e têm um risco muito menor de desenvolver um quadro grave da doença, segundo o infectologista. Além disso, não há estudos que demonstram maior vulnerabilidades das crianças em relação às quatro variantes da doença.

No país, “dos casos graves de Covid-19 de crianças, que precisaram ser hospitalizadas e morreram, 47% tinham alguma doença crônica”, observa Kfouri.

Em Chapecó, onde foram registradas duas mortes de crianças menores de 12 anos, está Leonardo Schwambach, de apenas 1 ano e 4 meses.

O pequeno nasceu prematuro de 27 semanas e seis dias, em outubro de 2019. Ele precisou passar por uma traqueostomia para conseguir respirar porque o pulmão não se formou corretamente.

Das 20 crianças que morreram em 2021, nove apresentavam comorbidades. Das 11 que morreram em 2020, quatro tinham alguma doença que poderia agravar o caso. Como explicou o especialista, esse número também demonstra um aumento esperado dado ao avanço da doença em todas as faixas etárias.

Informações ND+