MPF estipula prazo para Casan comprovar medidas eficazes após rompimento de lagoa em Florianópolis

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O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) contrate uma empresa independente para levantar os danos causados após o rompimento da lagoa de tratamento de esgoto no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O documento estipula o prazo de 24 horas para a comprovação dessa e outras medidas, foi enviado à empresa na quarta-feira (3).

No ofício, a procuradora da República Analúcia de Andrade Hartmann recomendou outras quatro ações para mitigar os danos causados na área afetada e ajudar no atendimento às vítimas de 35 casas atingidas pela enxurrada.

O MPF pediu também para que a Casan forneça alojamento adequado e alimentação para as famílias atingidas, providencie a segurança das casas, se encontre com com representantes dos moradores e informe sobre as medidas técnicas adotadas para diminuir os efeitos do incidente na flora e fauna.

No documento endereçado à diretora-presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, a procuradora afirma que há informações de que alguns dos moradores afetados estão em residências precárias ou abrigados por terceiros.

O G1 SC entrou em contato com a Casan na manhã desta quinta-feira (4) para saber se a empresa vai adotar às recomendações. Até as 8h50, não houve retorno.

Ao G1 SC, a Casan informou que está avaliando todas as recomendações sugeridas e providenciando resposta. Nesse retorno a empresa diz que “vai demonstrar todo o conjunto de ações providenciadas em diversas áreas”.

Como foi a enxurrada

A lagoa artificial de infiltração que recebe efluente tratado da Estação de Tratamento da Casan rompeu por volta das 6h30 do dia 25 de janeiro.

Segundo a Casan, o incidente ocorreu por conta da chuva que caiu na cidade naquela semana. Imagens áreas mostram como ficou a localidade

A via chamada de Servidão Manoel Luiz Duarte foi a mais atingida. Casas foram cobertas pela água. Estruturas, vegetação e entulhos também foram carregados e levados junto a areia das dunas para o mar. Ao menos seis veículos ficaram submersos.

Segundo Luiz Eduardo Machado, coordenador da Defesa Civil da Capital, o volume da água foi “assustador, algo nada visto naquela região”. O trânsito na Avenida das Rendeiras, principal via de acesso na região, chegou a ficar interditado.

Os bombeiros retiraram 70 pessoas de suas residências durante a ocorrência dessa enxurrada provocada pelo rompimento da lagoa. Uma pessoa foi levada para o hospital com ferimentos leves.