Vacinação evita cerca de 4 mortes por minuto no mundo

Vacinação

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, a vacinação em massa evita milhões de mortes anualmente, ou cerca de 4 mortes por minuto no mundo. Os cálculos foram feitos baseados em doenças como difteria, sarampo, coqueluche, poliomielite, rotavírus, pneumonia, diarreia, rubéola e tétano. Mesmo que a maioria destas tenham sido controladas ou erradicadas no país, ainda podem voltar rapidamente se o índice de pessoas vacinadas cair, assim como ocorreu com o sarampo.

Nos últimos anos, a comunidade científica está em alerta devido ao movimento antivacina. O problema vem crescendo nos últimos anos, devido à mobilização de grupos de pais e pessoas que criticam a imunização e defendem a ideia de que as vacinas não são seguras ou eficazes. Apesar de parecer uma decisão individual, essa parte da população que decide não se vacinar e nem imunizar seus filhos pode colocar a vida de outras pessoas em risco, sendo considerado pela OMS um risco para a saúde pública.

Explicando de forma metafórica, a vacina funciona como uma maneira de treinar as defesas do seu organismo para reconhecer e combater possíveis ameaças antes que elas sejam capazes de instalar uma doença. O recurso para a imunização estimula seu sistema imunológico a reconhecer o microrganismo causador da doença como uma ameaça, criando uma “memória”, ou seja, produzindo anticorpos que protegerão seu corpo.

Quando a vacinação em massa deixa brechas, cria-se um grupo de cidadãos suscetíveis a contrair estas doenças, tornando-se portadores dos agentes infecciosos e, consequentemente, propagadores da doença para outros dois grupos: os que também decidiram não se vacinar, e também o grupo de pessoas que, por algum motivo, não podem se imunizar, e estão vulneráveis, como quem não tem a idade ideal para a vacinação ou possuem alguma deficiência imunológica. Logo, a sociedade como um todo fica exposta a surtos de doenças, e mais distante da erradicação, o que, segundo a comunidade científica, representa um retrocesso nas questões de saúde pública.

Esse movimento tem se tornado preocupante. Segundo dados do PNI (Programa Nacional de Imunizações), no ano de 2019, sete das nove vacinas indicadas para bebês tiveram os piores índices de cobertura pelo menos desde 2013 no Brasil. Em alguns casos, como os imunizantes contra poliomielite e tuberculose (BCG), tiveram em 2019 o menor percentual de crianças vacinadas em mais de vinte anos.

Neste ano de 2020, houve uma mudança positiva a essa percepção. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE, a pedido da farmacêutica Pfizer, mostrou que ao menos 90% dos brasileiros consideram que a imunização é importante. No entanto, apenas metade dos entrevistados checam se a carteirinha de vacinação está atualizada.

Depois do início da pandemia, mais de um quarto dos entrevistados passou a se informar melhor sobre imunizantes e a acreditar mais em sua importância. Outra boa notícia é que aproximadamente 90% pretendem tomar todas as vacinas indicadas para sua idade nos próximos 12 meses. Ainda assim, uma parcela da população precisará vencer o medo de graves efeitos colaterais, conforme foi relatado por 26% dos entrevistados.